sábado, 14 de janeiro de 2012

Saúde bucal na melhor idade

Envelhecer com qualidade de vida deixou de ser um privilégio para poucos. O Envelhecer Sorrindo mostra que é possível alcançar a melhor idade com a saúde do corpo e da alma sempre em dia.


Por: Vanessa Navarro

Odonto Magazine – Como e quando surgiu o Envelhecer Sorrindo?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
O Envelhecer Sorrindo surgiu em 1999, o Ano Internacional do Idoso. A Organização Mundial de Saúde anunciava uma comemoração que envolveria o mundo inteiro, e o departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo não poderia ficar de fora. Fizemos então, um evento que nos mostrou que a população estava pronta para ser envolvida.

Odonto Magazine – Qual é a missão principal do Envelhecer Sorrindo?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
A missão do Envelhecer Sorrindo é informar, orientar e sempre que possível tratar as pessoas idosas. A intenção primeira, no entanto, é prevenir, ou seja, informar como ocorre o processo de envelhecimento, a fim de que as pessoas, entendendo como se dá o processo, possam tomar os devidos cuidados para envelhecer com qualidade de vida.

Odonto Magazine – Como se deu a transição de Projeto Social para Organização Não Governamental?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
A Organização Não Governamental aconteceu para ajudar a lidar com as dificuldades que foram surgindo. Algumas empresas preferem lidar com uma Organização Não Governamental, que mais tarde tornou-se uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) por estas estarem amparadas pelo artigo 59, da Medida Provisória nº 2.158/35-01, que prevê que as doações feitas as OSCIPs poderão ser deduzidas até o limite de 2% do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de computada sua dedução, nos termos previstos no inciso III do §2º do art. 13 da Lei nº 9.249/95.

Odonto Magazine – Quem são os profissionais envolvidos no Envelhecer Sorrindo?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
Eu coordeno o programacom o auxílio do Prof. Roberto C. Stegun. Ambos atuamos dentro da área de Prótese.
O CAPE (Centro de Atendimento de Pacientes Especiais) disponibiliza o Dr. Mário Sérgio para cuidar das endodontias, exodontias e procedimentos que exijam uma atenção maior dessas áreas.
A Profª Maria Ângela Sobral e sua equipe cuida da área de Dentística. A Semiologia, a Cirurgia, a Radiologia também são nossas parceiras. A FO, como um todo, acolhe muito bem o Envelhecer Sorrindo, que encontra sempre as portas abertas por onde precisa passar.
A Fonoaudióloga, Gisele Camargo avalia, orienta e participa de uma grande parte de pacientes vítimas de acidentes vasculares encefálicos, assim como daqueles portadores de processos demenciais, dos mutilados por lesões provenientes de câncer, por exemplo.
A Fisioterapeuta Maria Beatriz Tobal trabalha em parceria com a Fono ajudando na reabilitação dos pacientes. Na sala de espera existe um projeto de arteterapia, uma parceria com o PROTER (Programa Terceira Idade) do Instituto de Psiquiatria do HC da Faculdade de Medicina da USP onde uma psicóloga procura diminuir o stress, que antecede ao atendimento odontológico, por meio de pintura, colagem, jogos.

Odonto Magazine – Quais são os atendimentos oferecidos aos idosos que fazem parte da ação? Como é realizada a triagem?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
Os nossos idosos recebem um tratamento global. A maioria deles participa de estudos, que estão em andamento pelos pós-graduandos do programa.
No momento, estamos estudando distúrbios do sono (em parceria com o INCOR), disfunção da articulação temporomandibular (em parceria com o Laboratório de Biofísica da Faculdade de Educação Física), além de estomatite protética.
A triagem é feita de acordo com os estudos em andamento, uma vez que a USP é uma instituição, conhecida pela sua atuação em áreas de pesquisa.

Odonto Magazine – Os profissionais de saúde que fazem parte da ação recebem treinamentos e/ou cursos de reciclagem periodicamente?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio - Os profissionais que atuam no programa discutem com o grupo cada caso. Temos o privilégio de contar também com a colaboração de um colega com mais de 50 anos de experiência em consultório particular, Prof. Gerson Corrêa, que nesse momento da vida encontrou tempo para compartilhar sua experiência com o grupo.
Os cursos e reciclagem acontecem continuamente, seja em congressos, seja em cursos oferecidos por Ligas e profissionais de vanguarda.

Odonto Magazine – Quais e como são desenvolvidas as ações educativas realizadas pelos profissionais de saúde bucal que integram o “Envelhecer Sorrindo”?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
Os profissionais que integram o “Envelhecer Sorrindo” participam ativamente de Reuniões, Semanas e Simpósios ora apresentando trabalhos, ora assistindo e adquirindo conhecimentos novos.

Odonto Magazine – Sabe-se que a população idosa tende a crescer cada vez mais nos próximos anos. Como o profissional de saúde bucal tem se preparado para este incontestável evento?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
No nosso entender o profissional de saúde bucal ainda não se deu conta dessa realidade. Os implantes tão apregoados não poderão socorrer as pessoas idosas portadoras de moléstias crônicas, com osteoporose, por exemplo. Os processos demenciais representam outro desafio importante, uma vez que o comprometimento cognitivo inviabiliza qualquer tentativa de comunicação mais sofisticada entre o profissional e o paciente.

Odonto Magazine – Os idosos necessitam de uma higiene bucal diferenciada. Quais orientações podem ser dadas pelo profissional de saúde bucal?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
As pessoas idosas independentes devem fazer a higienização da boca após cada refeição e nunca se esquecer do fio dental.
Aquelas parcialmente dependentes poderão precisar de algum tipo de auxílio com os recursos mais sofisticados, como as escovas interdentais. Além disso, poderão ser necessárias adaptações da empunhadura das escovas, nos casos de artroses, por exemplo.
As pessoas totalmente dependentes irão necessitar de um cuidador para execução das necessidades básicas, que incluem a higienização dental.

Odonto Magazine – Existem dados estatísticos que apontam a melhoria da qualidade de vida aliada a saúde bucal da população da “melhor idade” atendida pelo projeto?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio –
Existem trabalhos de iniciação científica feitos por nossos alunos, que revelam a diferença que faz o atendimento globalizado realizado pelo Envelhecer Sorrindo.
Além disso, o Envelhecer Sorrindo ganhou um prêmio no XIV Festival de Cinema de Gramado, na categoria Vídeos Sociais. A jornalista Carolina Baggio, que na ocasião trabalhava na ECA, fez uma matéria baseada em um dia de atendimento e inscreveu no Festival.

Odonto Magazine – A abordagem durante o cuidado com o idoso é totalmente diferente de outros atendimentos. Quais são as medidas que devem ser tomadas pelo Odontogeriatra para prestar um serviço qualificado?
Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio -
Entendemos que o Odontogeriatra precisa vivenciar a realidade da pessoa idosa, suas necessidades, suas expectativas. O atendimento requer mais tempo do profissional, que precisa se inteirar da história de vida de cada paciente.

FONTE:


Dra. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio
Cirurgiã-Dentista. Graduação e Pós-Graduação pela FOUSP. Pós-Doutorado pela Universidade do Texas – Houston – USA. Especialista em Prótese e Odontogeriatria. Docente do Departamento de Prótese da FOUSP. Coordenadora do Programa Envelhecer Sorrindo. mlmafrig@usp.br ou malu@envelhecersorrindo.com.br

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