sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval x Doença do beijo (Mononucleose)


A mononucleose infecciosa é uma doença contagiosa, causada por um vírus da família do herpes chamado de vírus Epstein-Barr (EBV) e transmitida através da saliva. É mais comum em adolescentes e adultos jovens e se caracteriza pela tríade clínica de febre, dor de garganta e aumento dos linfonodos.No carnaval o ídice de doenças transmissíveis aumenta bastante, então vale apena entender melhor e prevenir-se.

Transmissão da mononucleose infecciosa

O vírus Epstein-Barr é transmitido de humano para humano, através da saliva. Por esse motivo ganhou a alcunha de "doença do beijo". Além do beijo, pode-se contrair mononucleose através da tosse, espirro e objetos como copos e talheres. Apesar de se transmitir de modo semelhante a gripe, o Epstein-Barr é um vírus menos contagioso, o que faz com que seja possível haver contato com pessoas infectadas e não se infectar.

Um indivíduo infectado pelo EBV pode manter-se com o vírus na sua orofaringe por até 18 meses após a resolução dos sintomas, podendo contaminar pessoas que com quem mantenha algum contato íntimo, principalmente se prolongado. Em 2004 um trabalho demostrou que a maioria dos pacientes ainda tinha o vírus na sua orofaringe mesmo 8 meses após o fim dos sintomas.

Na verdade, a maioria das pessoas que desenvolvem mononucleose não se recorda de ter tido contato com alguém doente, e a própria pessoa que transmite o vírus sequer imagina que ainda possa transmiti-lo.

Não é de se estranhar, portanto, que apesar da baixa infectividade, em alguns países mais de 90% da população adulta apresente sorologias positivas para EBV.

Na maioria dos casos, os pacientes têm contato com o vírus da mononucleose pela primeira vez ainda durante a infância.

Sintomas da mononucleose

Quando adquirida na infância, a mononucleose costuma passar despercebida. Menos de 10% das crianças infectadas apresentam sintomas. Essa incidência começa a subir com o passar dos anos, atingindo seu ápice entre os 15 e 24 anos. Esta é a faixa etária que mais costuma apresentar infecção sintomática. A mononucleose é rara após o 40 anos, uma vez que virtualmente todos neste grupo já terão sido expostos ao vírus em algum momento da vida.

Nas pessoas que desenvolvem sintomas, o período de incubação, ou seja, desde o contato até o aparecimento da doença, é em média de 4 a 8 semanas.

O quadro clínico típico envolve febre, cansaço, dor de garganta e aumento dos linfonodos do pescoço (ínguas). É um quadro muito semelhante as faringites comuns causadas por outros vírus e bactérias.
 
Outros sintomas inespecíficos como dor de cabeça, dores musculares, tosse e náuseas também são comuns.

Na mononucleose a fadiga costuma ser intensa e persiste por semanas após a resolução do quadro. O aumento dos linfonodos também é um pouco diferente da faringite comum, acometendo preferencialmente as cadeias posteriores do pescoço e frequentemente se espalhando pelo resto do corpo. Uma dica para o diagnóstico diferencial entre as faringites bacterianas e a mononucleose é o aparecimento de uma rash (manchas vermelhas) pelo corpo após o início de antibióticos, principalmente amoxacilina.
Mononucleose - rash

Outro sinal característico da mononucleose é o aumento do baço, chamado de esplenomegalia. Quando este ocorre, é necessário manter repouso, devido ao risco de ruptura do mesmo. A ruptura esplênica (ruptura do baço) é rara, mas quando acontece leva a risco de morte devido ao intenso sangramento que se sucede. O baço aumenta tanto de tamanho que pode ser palpável abaixo do gradil costal esquerdo.

Mononucleose - esplenomegalia O acometimento do fígado não é incomum, podendo levar a um quadro de hepatite com icterícia e aumento do fígado em até 20% dos casos. Outras complicações descritas, porém, menos comuns, são a síndrome de Guillain-Barré e a paralisia facial.

Um fato que causa confusão, inclusive entre médicos, é a diferença entre a doença mononucleose infecciosa e a síndrome de mononucleose. O primeiro é causado pelo Epstein-barr vírus e é o alvo de discussão deste texto. O segundo engloba todos os agentes etiológicos que podem cursar com dor de garganta, aumento de linfonodos, febre e aumento do baço. Entre eles destacam-se o HIV, citomegalovírus, linfomas e toxoplasmose. Portanto, ter mononucleose infecciosa é diferente de ter uma síndrome de mononucleose.

Diagnóstico da mononucleose

O diagnóstico é feito através do quadro clínico e confirmado por análises de sangue.

No hemograma da mononucleose um achado típico é o aumento do número de leucócitos (leucocitose), causado pela maior produção de linfócitos (linfocitose). Na faringite bacteriana, são os neutrófilos que encontram-se elevados

Quando o fígado é acometido, pode haver elevação da TGO e TGP.

O diagnóstico definitivo, porém, é feito através da sorologia, com a pesquisa de anticorpos. O mais comum e simples é um exame chamado monoteste.

Tratamento da mononucleose

O tratamento baseia-se em sintomáticos e repouso. Não há droga específica para o vírus e o quadro costuma se resolver espontaneamente em 2 semanas.

Devido ao risco de ruptura do baço, recomenda-se evitar exercícios por pelo menos 4 semanas.

Durante muitos anos se associou a mononucleose com a síndrome da fadiga crônica. Porém, hoje sabe-se que a fadiga da mononucleose é diferente. O cansaço prolongado que pode ocorrer normalmente não vem associado com os outros sintomas da síndrome e normalmente ocorre por reativações mais fracas do vírus.

Por Dr. Aníbal Ribeiro.
 
Marque já sua consulta: (81) 3088-8482

 



Nenhum comentário:

Dr. Aníbal Ribeiro na TV Tribuna - Tema: Gengivite

Essix Clear Aligner - aparelho invisível da Dentsply

Essix Clear Aligner - aparelho invisível da Dentsply
Venha conhecer o aparelho que não precisa colar braquete. Ligue (81) 3088-8482 e marque sua consulta com Dr. Aníbal Ribeiro, dentista credenciado ao sistema Essix Clear Aligner da Dentsply.
UOL HOST hospedagem de sites.  Clique e conheça!