A Rede UNNA é uma fusão entre planos de saúde, formada pelo Bradesco
Dental, Sepao, Prontodente, Rede Dental, Biodent, Care Plus Dental,
Dentalcorp e Odonto Serv, sob o domínio da Odontoprev. Remunera os
cirurgiões-dentistas com valores que não condizem com a realidade do
trabalho executado, enquanto a própria Odontoprev, de outro lado, mantém
investimentos financeiros que lhe rendem expressivos ganhos e alta
rentabilidade, como a valorização das suas ações de aproximadamente 386%
nos últimos cinco anos, nas bolsas de valores. “Todo esse lucro vem
sendo conseguido com o sacrifício do cirurgião-dentista, que preso às
malhas dessa rede, se tornou um produto qualificado, de fácil venda,
amplo mercado, pequenos custos e zero de investimento”, afirma o
secretário do CRO-PE Aron Coelho de Macedo.
Aron acrescenta que a Odontoprev, ocultada sob a legenda da Rede
UNNA, impõe o percentual dos honorários pagos à classe, estipulando à
sua conveniência o valor dos procedimentos constantes de suas tabelas.
“A rigor, parte da culpa pertence ao próprio dentista. São muitos os
colegas que reclamam, contudo se submetem à situação. Existe claramente
uma tendência à acomodação por parte dos colegas, postura resultante da
falta de participação em suas respectivas entidades de classe, o que
pode, inclusive, levar ao desprestígio e o desencanto pela profissão. É
fundamental a consciência de que o dentista vive sem a Rede UNNA, mas
esta não sobrevive sem nós”, comentou o secretário.
Problema em nível nacional – A exploração imposta à classe atinge os
cirurgiões-dentistas de todo o País. Em reunião realizada em 2 de março,
em Salvador, com representantes dos conselhos de diversos estados, o
tema foi exaustivamente discutido. Foi decidido por uma unificação nas
ações de valorização profissional, em nível nacional, através da criação
de uma Comissão – que definirá estratégias que serão adotadas em todo o
Brasil. Ao final dos debates foi editado documento denominado a Carta
da Bahia, abaixo transcrito na íntegra.
CARTA DA BAHIA 2012O Conselho Federal de
Odontologia, Os Conselhos Regionais de Odontologia da Bahia, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio
Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Pará, Roraima, Goiás, Mato Grosso, Tocantins, e os
Sindicatos de Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará,
reunidos em Salvador-Bahia, em 02 de março de 2012, reiteram sua missão
de zelar e trabalhar pelo bom conceito da profissão e daqueles que a
exercem.
Foi consenso entre todos de que seu compromisso com a classe
odontológica exige o reconhecimento de que a relação entre
cirurgiões-dentistas e operadoras de planos de saúde atingiram
recentemente níveis de desequilíbrio prejudiciais ao bom desempenho do
trabalho odontológico, à garantia da qualidade dos serviços prestados e
do bem-estar dos pacientes. Propõem, então, a elaboração de uma agenda
política que explicite a defesa do cirurgião-dentista como o
profissional responsável por proporcionar saúde bucal à população, com
as seguintes deliberações:
1. Reconhecer que a defesa dos preceitos éticos amplia-se no contexto
atual, onde há enorme desproporção na correlação de forças entre os que
atuam no mercado de trabalho odontológico. Ética, também é possibilitar
bom desempenho profissional através de contratos justos entre
operadoras e cirurgiões-dentistas.
2. Atuar para que haja entendimento por parte de todas as entidades de classe de que está ocorrendo uma reorganização do mercado de trabalho privado com fusões, tentativas de formação de monopólios e cartéis e que sua atuação também deve ocorrer no sentido da valorização do trabalho odontológico, ultrapassando a tradicional capacitação técnica.
3. Utilizar os fatos atuais para melhorar e/ou aprofundar a compreensão política do cirurgião-dentista e contextualizá-lo como principal ator na relação operadora-profissional.
4. Estabelecer estratégias e conjuntamente, elaborar um calendário de ações que repercutam nacionalmente, incluindo um dia de paralisação.
5. Incrementar ações para o cumprimento dos Capítulos X e XI do Código de Ética Odontológico.
6. Conter a criação de novos cursos de Odontologia, procurando demonstrar ao MEC e aos Conselhos Nacional e Estaduais de Saúde a pertinência epidemiológica de novos cirurgiões-dentistas. Fiscalizar e comparar os projetos pedagógicos dos cursos já existentes e denunciá-los ao MEC quando houver observância de irregularidades. Atuar para que os órgãos competentes compreendam que a atual pletora profissional acirra a ocorrência de problemas éticos e não contribui para a qualidade da saúde da população.
2. Atuar para que haja entendimento por parte de todas as entidades de classe de que está ocorrendo uma reorganização do mercado de trabalho privado com fusões, tentativas de formação de monopólios e cartéis e que sua atuação também deve ocorrer no sentido da valorização do trabalho odontológico, ultrapassando a tradicional capacitação técnica.
3. Utilizar os fatos atuais para melhorar e/ou aprofundar a compreensão política do cirurgião-dentista e contextualizá-lo como principal ator na relação operadora-profissional.
4. Estabelecer estratégias e conjuntamente, elaborar um calendário de ações que repercutam nacionalmente, incluindo um dia de paralisação.
5. Incrementar ações para o cumprimento dos Capítulos X e XI do Código de Ética Odontológico.
6. Conter a criação de novos cursos de Odontologia, procurando demonstrar ao MEC e aos Conselhos Nacional e Estaduais de Saúde a pertinência epidemiológica de novos cirurgiões-dentistas. Fiscalizar e comparar os projetos pedagógicos dos cursos já existentes e denunciá-los ao MEC quando houver observância de irregularidades. Atuar para que os órgãos competentes compreendam que a atual pletora profissional acirra a ocorrência de problemas éticos e não contribui para a qualidade da saúde da população.
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