Cigarro prejudica tratamentos bucais, aumenta o risco de câncer e provoca mau hálito constante.
Mais
de 200 mil brasileiros morrem todos os anos por causa do cigarro de
acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Campanhas, palestras e
outros tipos de ação alertam sobre os perigos do consumo de tabaco e
mesmo assim pelo menos 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo são
fumantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As estatísticas
relacionadas aos malefícios do fumo são alarmantes e estas mortes
poderiam ser evitadas. A boca é a porta de entrada dos elementos nocivos
do cigarro e sofre muitas consequências”, afirma o ortodontista Gerson
I. Köhler.
Quem fuma tem duas vezes mais chance de perder os
dentes em comparação a pessoas que não tem o vício. Gerson, que também é
especialista em Ortopedia Facial e Ortopedia Funcional dos Maxilares,
aponta ainda que as doenças periodontais, que atingem as gengivas e os
ossos em torno dos dentes, estão entre as principais consequência do
fumo. “O vício, além de causar estas doenças, faz com que o sucesso de
tratamentos periodontais e de procedimentos de implantes
osteointegráveis, que substituem dentes ausentes, seja severamente
prejudicados”, enfatiza.
O cigarro também provoca a inflamação das
glândulas salivares da boca e mau hálito persistente, mas o principal
agravo do vício de fumar é a predisposição gerada para lesões
pré-malignas, ou seja, potencialmente cancerizáveis. “Estas lesões
costumam surgir tanto com aspecto esbranquiçado como avermelhado na
língua, nas mucosas das bochechas e do assoalho da boca e tem maior
incidência na população masculina”, explica o especialista, que compõe a
equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial e atua como
docente-convidado na pós-graduação da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) desde 1988.
O ortodontista alerta que os fumantes devem
submeter-se a exames odontológicos pelo menos a cada seis meses para
prevenir eventuais lesões ou possibilitar a intervenção precoce se for
necessário. “A fumaça do cigarro contém quase 5.000 substâncias nocivas
que afetam o organismo como um todo, aumentando inclusive os riscos de
efeitos nocivos sobre o sistema cardiovascular. Mesmo que o vício seja
alimentado por pouco tempo, a fumaça do cigarro deixa efeitos nocivos
residuais para os tecidos bucais de quem fuma. Estudos científicos
comprovam que as sequelas ainda persistem no organismo de quem deixa de
fumar por um razoável tempo”, ressalta.
Ao acender um cigarro
ocorre uma verdadeira desorganização molecular nas próprias substâncias
do tabaco. A temperatura da brasa do cigarro pode chegar a 1.000 º C,
gerando os quase 5.000 compostos químicos do cigarro, sendo que cerca de
60 deles são comprovadamente carcinogênicos. “Nicotina, benzopireno,
nitrosaminas, solventes, metais pesados, níquel, arsênio, amônia,
formol, monóxido de carbono e até as substâncias agrotóxicas, usadas no
cultivo do tabaco, são responsáveis pelas lesões potencialmente
cancerizáveis que podem ser causadas”, revela Juarez Köhler,
ortodontista e ortopedista facial que também faz parte da Köhler
Ortofacial.
Dentes escuros afetam estética facial
Juarez
destaca que os componentes do cigarro deixam os dentes com uma cor
amarelo-acastanhada, interferindo na estética do sorriso e na saúde
dentária. O pigmento escuro contido na fumaça do cigarro fica depositado
sobre o esmalte dos dentes, deixando-os escurecidos e com péssimo
aspecto. “Estas manchas nas coroas dos dentes são causadas pela
aderência natural e pela presença de bactérias cromogênicas, que tem
afinidade pelos corantes da fumaça. A remoção destas manchas que
pigmentam os dentes pode ser efetuada periodicamente por meio de uma
limpeza feita em consultório odontológico, seguida de procedimento de
clareamento dos dentes”, esclarece.
O clareamento dental pode
contribuir para remover as manchas escuras, mas o ideal é que o paciente
deixe de fumar antes de se submeter ao procedimento e após realizá-lo,
caso contrário os efeitos positivos do tratamento podem ser perdidos. “O
clareamento das coroas dentárias pode eliminar o aspecto antiestético
causado pela cor escura, mas não mantém os dentes mais claros se o
paciente continuar fumando e também não elimina os efeitos altamente
nocivos – e potencialmente cancerígenos – do cigarro sobre as mucosas
bucais”, finaliza Juarez.
Fonte: pautas.incorporativa.com.br
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