Pesquisa mostra que o paciente idoso apresenta várias diferenças quando comparado ao jovem, mas, quando o tratamento é bem indicado e o paciente está esclarecido e motivado, os resultados são bastante satisfatórios.
De acordo com o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro, que em 2004 era de 70,4 anos ao nascer, deve alcançar em 2050 o patamar de 81,3 anos, mesmo nível atual do Japão, primeiro país do mundo em esperança de vida. Como conseqüência, a cada dia um maior número de idosos, com 60 anos ou mais, se preocupa com os cuidados com a saúde e a estética. Neste aspecto está envolvida a classe odontológica que, como mostram Karyna do Valle-Corotti e equipe da Universidade de São Paulo em um estudo sobre o assunto, vem aprimorando seus conhecimentos e desenvolvendo novos materiais, para atender este público cada vez mais preocupado com a sua aparência e seu bem-estar.
De acordo com artigo publicado na edição de março/abril de 2008 da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, “a Odontogeriatria ou Odontologia Geriátrica consiste no ramo da Odontologia que enfatiza o cuidado bucal da população idosa, especificamente do atendimento preventivo e curativo de pacientes com doenças ou condições de caráter sistêmico e crônico, associadas a problemas fisiológicos, físicos ou psicológicos”.
Segundo os pesquisadores, o paciente idoso apresenta, geralmente, perdas dentárias, próteses, restaurações extensas, alteração no tecido ósseo de suporte, sendo encaminhado ao ortodontista para um tratamento auxiliar a uma reabilitação bucal ou em casos de envolvimento estético, onde não estão indicados procedimentos restauradores. “Neste caso torna-se primordial um planejamento multidisciplinar com bom relacionamento entre os profissionais envolvidos, observando as necessidades do paciente, as limitações do caso e os objetivos do tratamento, sempre considerando a motivação do paciente para este tratamento”, afirmam no artigo.
De acordo com Karyna e sua equipe, os resultados mostram que o tratamento ortodôntico representa uma intervenção viável na atuação odontogeriátrica, desde que realizado com forças suaves, considerando as limitações de cada caso e respeitando as características inerentes a esta atuação. “A movimentação ortodôntica no paciente com mais idade depende, principalmente, de um planejamento bem realizado, com objetivos precisos, a fim de realizar um tratamento ortodôntico simplificado, pois existe uma dificuldade deste paciente em tolerar o uso de aparelhos por períodos prolongados. No entanto, existem algumas limitações que devem ser consideradas durante o plano de tratamento, como enfermidades sistêmicas avançadas, uso de medicamentos, má condição de saúde bucal, quantidade de osso alveolar, falta de motivação do paciente e impossibilidade de obtenção de estabilidade oclusal após a terapia ortodôntica”, destacam.
Fonte: Agência Notisa
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