domingo, 23 de janeiro de 2011

Ronco e Apnéia: o que fazer?


Ronco e apnéia: diagnóstico precoce evita evolução do quadro.

Teoricamente o sono é o período em que o corpo aproveita para descansar e repor as energias gastas durante o dia. No entanto, isso não se torna verdade para aqueles que sofrem de distúrbios do sono, como o ronco e a apnéia. O que poucos sabem é que, ainda que esse tipo de doença não possa ser evitado, o diagnóstico, quando realizado no início, contribui para que os distúrbios não evoluam para
problemas mais graves.Há alguns anos, o hábito de emitir sons durante o sono era considerado normal, principalmente no caso dos homens. Hoje, de acordo com a neurologista e médica do sono do Instituto do Sono, Anna Karla Smith, roncar não pode mais ser considerado normal e a procura por um especialista deve ser feita logo no início da descoberta."O ronco é um sinal de alerta, já que a maioria dos casos evolui para apnéia", observa a especialista. Segundo Anna Karla, o tratamento da doença diagnosticada de forma precoce evita que o problema evolua. "O tratamento se torna mais tranqüilo quando é constatado apenas o ronco, por exemplo, é mais fácil de acompanhar a evolução do problema", comenta."Certamente o principal problema do ronco e da apnéia é a má qualidade do sono. Em alguns casos as pessoas despertam várias vezes na noite mesmo sem perceber", revela a médica do sono. Além disso, a sonolência diurna, a perda progressiva da memória, a irritabilidade e, em alguns casos, a depressão são outras conseqüências sérias da doença.Já que não há como prevenir estes distúrbios do sono, o ideal é que se consiga, pelo menos, controlar os fatores que contribuem para sua existência. Realizar atividades físicas, como caminhada e natação, para diminuir o peso e aumentar a caixa torácica é uma das formas de manter um sono saudável.No entanto, nos casos genéticos, quando já se nasce com problemas físicos na região da respiração, a doença é inevitável. Para estas pessoas, a dica é procurar um especialista, de preferência um médico do sono, assim que for constatado o ronco.

O processo de roncar se dá com o estreitamento das vias aéreas, que pode ocorrer devido a alguns fatores genéticos ou hábitos de vida. À medida que esse canal se torna estreito, o espaço para o ar passar fica menor e com isso ouve-se uma vibração, o chamado ronco.Já a apnéia consiste em um grau mais avançado do fechamento das vias aéreas, ou seja, uma dificuldade total do ar chegar ao pulmão. Esse problema é detectado quando a respiração é interrompida por mais de 10 segundos. A apnéia pode ser central (quando o cérebro não emite sinais normais para que o ar chegue até o pulmão) ou obstrutiva (quando o canal das vias aéreas é fechado devido a outros fatores).

O diagnóstico do ronco e da apnéia é feito por meio da polissonografia, exame que avalia o sono e suas variáveis fisiológicas. A gravidade do problema é definida de acordo com a quantidade de vezes que o sono é interrompido durante o descanso. E, felizmente, na maioria dos casos, principalmente nos diagnosticados mais cedo, o tratamento garante a volta da qualidade na vida do paciente.No caso do ronco e das apnéias de nível leve, tratamentos com aparelhos orais têm ganhado importância, pela facilidade de adaptação e eficácia. Isso é o que explica a cirurgiã dentista especializada em periodontia e distúrbios do sono, Cristiane Vivanco. "O aparelho intra-oral posiciona a mandíbula da pessoa mais para frente, e com isso o paciente consegue dormir melhor sem os problemas".A técnica, que já existe há mais de 20 anos, possibilita que a passagem do ar na garganta fique desobstruída, mas só é indicada para os casos de ronco primário e apnéia leve. O tratamento tem ganhado importância e credibilidade junto aos especialistas do sono, chegando a atingir 87% de eficiência.Porém, a eficácia do tratamento depende da manutenção, garante a especialista. Cristiane explica que se não houver um acompanhamento médico no mínimo uma vez ao ano pode ocorrer alterações de oclusão (alterações na mordida) na pessoa. "Não existe nenhum efeito colateral, mas nos casos em que não há ajuste também não há eficácia", diz.

O tratamento é contra-indicado para pacientes que usam próteses total, mais conhecida como dentadura, ou ainda com doença periodontal (dentes com mobilidade).Outra dica fundamental é a higiene do sono, conforme esclarece a especialista. "É importante não realizar atividades físicas, evitar o consumo de álcool e cigarro e não se alimentar próximo do horário de dormir", completa.

10 mandamentos para uma boa noite de sono

1. Ter um horário regular para dormir e despertar
2. Ir para cama somente na hora de dormir
3. Manter um ambiente saudável
4. Não fazer uso de álcool antes de dormir
5. Não fazer uso de medicamentos sem orientação médica antes de dormir
6. Não exagerar em cafés, chás e refrigerantes
7. Realizar atividades físicas em horários adequados e nunca próximo ao horário de dormir
8. Jantar moderadamente e em horário adequado
9. Não levar problemas para a cama
10. Realizar atividades repousantes e relaxantes após o jantar

Fonte: Repórter Diário
 

Solução contra a apnéia do sono pode estar na mesa de cirurgia

Uma intervenção que modifica pra valer as estruturas da face pode colocar um ponto final na apnéia. O procedimento, realizado na Universidade de Navarra, na Espanha, obteve êxito em mais de 90% dos portadores do problema.

“A operação projeta o maxilar superior para frente e promove um avanço da mandíbula e do queixo até os
dentes inferiores se encaixarem nos de cima”, explica Néstor Montesdeoca, diretor do Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial da instituição.

A ténica é indicada a pacientes com a mandíbula mais retraída, abaixo dos 60 anos que não tolerem as terapias tradicionais.

Que danos causa a apnéia

Quem sofre de apnéia tem um desarranjo em estruturas envolvidas com a passagem do ar. “Daí, quando o indivíduo se recosta para dormir, a musculatura da faringe relaxa e a base da língua cai, fechando a via aérea”, esclarece Montesdeoca.

A operação promove um avanço do maxilar. Isso empurra para frente o conjunto de músculos e ossos entre o céu da boca e a garganta. A projeção da mandíbula produz o mesmo resultado na base da língua. Tudo isso evita que a faringe fique bloqueada e o caminho do ar interrompido.

Fonte: Revista Saúde
 

Respirar sem barreiras

Placa intra-oral é alternativa para evitar o ronco e melhorar o sono. Testes com a placa mostraram uma redução de 77% na apnéia. Se a musculatura da região da úvula – aquela bolinha no fundo da garganta, conhecida como campainha – fica mais flácida e as amígdalas maiores, a respiração durante o sono se complica. O ar tem dificuldade de entrar e, quando a pessoa força a respiração, o resultado é aquele barulho desagradável que todos conhecem, o ronco. Além de incomodar quem está por perto, ele é sinal de
má qualidade de sono. Quando ocorre o esforço respiratório e o ar não passa, porque a via aérea encontra-se fechada, sobrevém a apnéia, eventos que duram mais de 10 segundos, sendo considerados anormais ao ultrapassarem a freqüência de cinco ocorrências por hora. “Roncar é, no mínimo, sintoma de apnéia do sono”, explica o odontólogo Eduardo Rollo Duarte. Em seu projeto de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), ele desenvolveu um tipo de placa intra-oral para ser colocada no interior da boca à noite e reduzir a apnéia e o ronco.

Os distúrbios do sono causam uma série de problemas como sonolência diurna, dificuldade de memorização e dor de cabeça. E, muitas vezes, uma apnéia mais amena pode ser facilmente controlada. A obstrução na região da faringe pode ser provocada por diversos fatores. Desde anormalidades anatômicas e fatores genéticos, o hipotireoidismo, o envelhecimento, que deixa a musculatura flácida, a obesidade, até o consumo de cigarro, bebida alcoólica e sedativos que deixam a musculatura excessivamente relaxada, impedindo a passagem do ar.

A função da placa intra-oral, feita à base de resina acrílica, é desobstruir esse caminho. Depois de produzida, ela foi testada em 15 pacientes com a idade média de 49 anos que apresentavam apnéia moderada e leve (de 5 a 30 interrupções por hora de sono). Antes do tratamento, os pacientes fizeram uma polissonografia, exame para uma avaliação completa do sono dos pacientes, realizada na Clínica de Distúrbios do Sono, em Bauru. Novo teste foi repetido um ano após o uso da placa e mostrou que 93% dos pacientes tiveram uma redução de 77%, em média, na freqüência de apnéia. Radiografias digitalizadas também indicaram aumento nas dimensões da via aérea superior e os próprios pacientes relataram que a sonolência diurna diminuiu. “Uma das vantagens do aparelho é controlar o problema, evitando uma intervenção cirúrgica”, diz a professora da Faculdade de Odontologia da USP, Maria Luiza Arantes Frigerio, orientadora de Duarte.

O uso de placas intra-orais já é uma prática bem difundida no exterior. Por volta da década de 1980, as primeiras placas produzidas nos Estados Unidos não permitiam ajustes e, por isso, podiam provocar problemas na articulação mandibular. Hoje a agência responsável pela análise e liberação de medicamentos naquele país, a FDA na sigla em inglês, já possui cerca de 20 tipos de placa aprovados para uso. A primeira brasileira vai ficar mais barata que a importada. A simplicidade do design e a resina acrílica permitem que ela seja feita por um cirurgião-dentista especialista em prótese dental. Outra vantagem é que, por ser ajustável, como outros modelos mais modernos, a placa tem uma chave que controla a abertura, ou o avanço da mandíbula. Apesar das facilidades, Duarte enfatiza que não faz sentido pensar no material desenvolvido de maneira isolada. “O uso da placa só é eficaz quando associado a um tratamento do distúrbio do sono, que deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar formada por médicos e dentistas da área de sono.” 
 
Fonte: FAPESP
 

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