Alteração que ocorre devido ao excesso de ingestão de flúor, durante a formação dos dentes.
Ela se manifesta principalmente
pela alteração de cor do esmalte, que pode assumir uma tonalidade
esbranquiçada ou exibir pequenas manchas ou linhas brancas. Nos casos
mais graves, adquire uma coloração acastanhada ou marrom, podendo haver
perda de estrutura dental; nesses casos, torna-se mais friável, mais
fácil de desgastar fisiologicamente. Muitos trabalhos apontam como causa
da fluorose a utilização de gotas e comprimidos contendo flúor,
inclusive muitos complexos vitamínicos recomendados pelos pediatras.
Atualmente, a maior causa de fluorose é a ingestão de produtos
fluoretados em locais onde já existe água fluoretada, sendo que o mais
comum é o dentifrício fluoretado, que muitas crianças engolem durante a
escovação. O enxaguatório contendo flúor também poderá contribuir, se
for indicado para crianças que ainda não tenham controle adequado da
deglutição.
Durante a gravidez, devo ingerir suplementos de flúor?
Na gravidez não é necessário
ingerir suplementos de flúor, pois sabe-se que a principal ação
preventiva é a tópica, ou seja, a que se dá pelo contato do flúor na
boca com os dentes. Além disso, na gestante que ingere água fluoretada, o
flúor passa para o bebê através da placenta.
Pode ocorrer fluorose em dentes de leite?
A fluorose em dentes decíduos
possui características semelhantes às da fluorose em dentes permanentes.
Não é comum, pois só pode ocorrer nos dentes cuja mineralização se dá
após o nascimento. A porção formada na vida intra-uterina, mesmo que a
gestante ingerisse ligeiro excesso, receberia proteção da placenta, que é
uma barreira semipermeável que deixa passar apenas uma parte do flúor
circulante.
Quando ocorre fluorose nos dentes de leite, os permanentes também serão acometidos?
Não. A fluorose não passa de uma
dentição para outra, pois ela ocorre durante o período de formação dos
dentes, e dentes de leite e permanentes se formam em épocas muito
diferentes. Mesmo na dentição permanente ela pode afetar alguns dentes e
não afetar outros, ou ainda afetar dentes diferentes com grau de
severidade diversos. Tudo depende da época que ocorreu o excesso de
ingestão e da época de formação dos dentes. O período de maior risco
para a ocorrência de fluorose é até os 6 anos de idade, quando estão se
formando as coroas dos dentes anteriores, pois se sabe que o maior
problema da fluorose é quanto à estética.
Os dentes com fluorose são mais fracos? Correm maior risco de ter cárie?
Os dentes com fluorose são
ligeiramente mais resistentes à cárie dental, mas não são imunes a ela.
Portanto, se o indíviduo tiver dieta e microrganismos cariogênicos,
exibindo atividade de cárie, deve receber a mesma atenção preventiva que
outro paciente sem fluorose.
Se eu usar dentifrício fluoretado para escovar os dentinhos do meu filho de 2 anos, ele correrá o risco de ter fluorose?
Ele corre o risco de ter
fluorose se o dentifrício for usado indiscriminadamente, sem cuidado. Se
o seu filho engolir muito dentifrício, ele poderá apresentar fluorose,
principalmente se morar em região com água fluoretada (como São Paulo,
por exemplo). Isto ocorre porque nessa idade as crianças ainda não sabem
controlar a deglutição e nem cuspir adequadamente e acabam ingerindo
quantidade acima daquela segura para seu peso. Recomenda-se a utilização
de quantidade mínima na escova de dentes (semelhante a um grão de
arroz), sempre sob supervisão dos responsáveis, e alguns profissionais
recomendam o uso de dentifrícios sem flúor.
Meu
filho de 12 anos faz aplicação de flúor no dentista, usa pasta
fluoretada e faz bochechos diariamente com solução fluoretada. Ele corre
o risco de ter fluorose?
Não, pois todos os seus dentes
já estão com as coroas formadas nessa idade. Entretanto, nem sempre é
necessário usar todos os tipos de produtos com flúor disponíveis no
mercado: o dentifrício deve ser utilizado por todos os indivíduos, mas
os bochechos e as aplicações tópicas profissionais devem ser utilizados
levando-se em consideração a atividade de cárie de cada um.
O que fazer nos casos de fluorose?
A descoberta da fluorose não
traz grandes mudanças do ponto de vista prático, a não ser nos casos em
que a estética é muito prejudicada e começa a incomodar o paciente. A
maioria dos casos observados atualmente são de fluorose muito leve ou
leve, em que as manchas ou linhas brancas ficam disfarçadas quando o
dente está úmido, não sendo necessário nenhum tratamento; se for
necessário melhorar a estética, existem algumas técnicas disponíveis,
que vão de um microdesgaste do esmalte até técnicas restauradoras
tradicionais. Mas, do ponto de vista prático, o mais importante é
prevenir.
Referência: Revista da APCD.
Marque já sua consulta: (81)3088-8482
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