terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pacientes que requerem cuidados adicionais


A anestesia local (AL)

No plano de tratamento da maioria dos pacientes que requerem cuidados adicionais, um assunto que ainda gera controvérsia é o emprego de soluções anestésicas locais que contém epinefrina ou outros vasoconstrictores adrenérgicos.
Ainda é comum a prática de o dentista enviar uma carta ao médico “pedindo autorização” para atender uma grávida, um diabético ou paciente com risco cardiovascular. Os médicos, por sua vez, que abominam esse tipo de “comunicação”, respondem empregando quase sempre as mesmas palavras: “ No momento, o paciente está em condições de receber tratamento odontológico. Obs: não empregar anestésicos locais com vasoconstrictor (adrenalina)”.
A maioria dos médicos raramente usa epinefrina ou outro vasoconstrictor adrenérgico na prática diária. Um cálculo rápido mostra que a dose média de epinefrina empregada por via IM ou IV no tratamento da anafilaxia ou Prada cardíaca é de 0,5 a 1mg (epinefrina na concentração de 1:1000 ou 1:10.000), muito maior que a utilizada na aplicação de um tubete anestésico de uso odontológico com epinefrina 1:100.000, que é de apenas 0,018mg.
Portanto, a responsabilidade pelo ato é de quem procede e não de quem recomenda, devendo o ciruagião-dentista ter um ótimo conhecimento da farmacologia dos vasoconstrictores e dos anestésicos locais utilizados na pratica cotidiana.
Quando evitar-se anestésicos locais adrenérgicos:
•Hipertensão severa não tratada ou não controlada (pressão arterial sistólica acima de 200mmHg ou diastólica acima de 115 mmHg).
•Doença cardiovascular grave
    menos de 6 meses após infarto do miocárdio
    menos de 6 meses após um AVC
     cirurgia recente de ponte de artéria coronária
     angina de peito instável
    arritmias cardíacas refratárias
    insuficiência cardíaca congestiva não tratada ou não controlada
•Diabetes mellitus não controlada
•Hipertireoidismo
•Feocromocitoma
•Sensibilidade a sulfitos (tetraciclinas)
•Pacientes tomando antidepressivos tricíclicos, compostos fenotiazídicos ou beta-bloqueadores não seletivos
• Usuários de cocaína ou crack

 Peculiaridades

• não utilizar AL que contém felipressina em grávidas, pois o mesmo promove a contração uterina; Usar lidocaína 2% com epinefrina 1:100.00
• Num estudo comparativo sobre os efeitos dos vasoconstrictores sobre a glicemia de ratos normais e diabéticos, demonstrou-se que a administração de bupivacaína 0,5% com epinefrina 1:200.000 ou lidocaína 2% com norepinefrina 1:50.000 não provoca aumento da glicemia.


Fonte: Terapêutica medicamentosa em Odontologia - Eduardo Dias De Andrade

Dúvidas: anibalguimarães@hotmail.com

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