Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Sergei Godeiro
Fernandes Rabelo Caldas, Alexandre Antonio Ribeiro, Lourdes dos Santos
Pinto, Lídia Parsekian Martins, Rildo Medeiros Matoso; do curso de
especialização em Ortodontia da ABO/Rio Grande do Norte e da Faculdade
de Odontologia de Araraquara - Unesp - São Paulo. Avalia
evidências científicas disponíveis sobre a utilização de aparelhos
intrabucais de avanço mandibular no tratamento do ronco e da SAHOS.
O
sono é uma função cerebral essencial à vida, como reparador contra o
estresse humano. Os centros neurais que intervêm na produção e regulação
do sono são localizados no tronco cerebral,
diencéfalo e tálamo, com ampla expressão secundária do córtex. Hormônios, neurotransmissores e peptídeos ativos exercem uma forte modulação sobre os substratos neuroanatômicos que geram e modificam a fisiologia do sono.
diencéfalo e tálamo, com ampla expressão secundária do córtex. Hormônios, neurotransmissores e peptídeos ativos exercem uma forte modulação sobre os substratos neuroanatômicos que geram e modificam a fisiologia do sono.
O
padrão de sono é alterado durante o decorrer da vida. Recém-nascidos
podem passar mais de 16 horas por dia dormindo, porém com sono
intermitente e despertares nesse período. Em contrapartida, adultos
apresentam um maior sono noturno, não acompanhado, na maioria dos casos,
de cochilos durante o dia. Já as pessoas idosas possuem um padrão de
sono fragmentado, onde grande parte do tempo é gasta na cama, porém com
menos horas de sono. Com o envelhecimento, os indivíduos ficam mais
suscetíveis às desordens do sono, sendo as mais frequentes: o ronco e a
síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono.
O
ronco é produzido pela vibração do palato mole e/ou outros tecidos
bucofaríngeos durante a passagem do ar, na função respiratória. A
incidência desse distúrbio é mais frequente entre os homens e é
crescente até a sexta década de vida.
A SAHOS é definida como o fechamento de 30%, no mínimo, da via aérea nasal/bucal por 10 segundos ou mais, apesar de existir esforço ventilatório, acompanhado de dessaturação de 4% ou
mais da oxi-hemoglobina. Sua prevalência aumenta com a idade até, aproximadamente, a sétima e oitava décadas de vida, sendo mais frequente entre os homens e em mulheres na menopausa. Existe, ainda, evidência científica do componente hereditário da SAHOS.
Um
decréscimo na amplitude respiratória entre 50 e 80%, com duração
superior a 10 segundos, é considerado uma hipopneia. Redução maior que
80%, com duração maior que 10 segundos é considerada apneia. Na apneia
de origem central, uma interrupção total do fluxo aéreo pode ocorrer em
virtude de alterações no sistema nervoso central e/ou periférico,
impossibilitando a expansão da cavidade torácica e, consequentemente, o
esforço inspiratório é nulo.
Entre os
fatores etiológicos do ronco e da SAHOS podemos citar o estreitamento
anatômico das vias aéreas superiores (excesso de tecidos moles,
macroglossia, micro e retrognatismo) predispondo, dessa maneira, a uma
elevada resistência para o fluxo de ar, a qual gera uma pressão
intraluminar negativa durante a inspiração, favorecendo a colapso
respiratório. O risco de se adquirir esses distúrbios aumenta
significativamente com o ganho de peso, aumento da circunferência do
pescoço e ingestão de bebidas alcoólicas. Condições sistêmicas também
aparecem como fatores predisponentes, tais como: a hipertensão arterial
sistêmica, hipotireoidismo não tratado, acromegalia e obstrução nasal.
Existem diferentes modalidades de tratamento disponíveis para o ronco e a SAHOS, em função da enorme variabilidade de sinais e sintomas apresentados pelos pacientes. Há desde pacientes com ronco noturno primário, que procuram o tratamento apenas pelo ruído – que interfere no sono do(a) companheiro(a) –, até aqueles com apneiasevera e sintomas acentuados de sonolência diurna, cansaço, fadiga e condições sistêmicas associadas. Entre as modalidades de tratamento disponíveis podemos citar a redução do peso corpóreo, diminuição da ingestão de álcool, modificação da posição de dormir (tratamento comportamental), medicamentos, terapia da pressão positiva das vias aéreas, aparelhos intrabucais de avanço mandibular e reposicionamento lingual, cirurgia das vias aéreas superiores (tecidos moles) e ortognática (tecidos duros).
Exemplo de Aparelho intrabucal de avanço mandibular para RONCO E APNÉIA DO SONO.
CONCLUSÕES
• Redução da sonolência diurna.
• Elevação da concentração do oxigênio arterial.
• Boa tolerabilidade em virtude, principalmente, da redução dos sintomas.
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