sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Fumantes têm duas vezes mais chances de perder dentes.


Nos últimos 10 anos, 50 milhões de pessoas morreram por causa do consumo de tabaco. O tabagismo ainda é responsável por cerca de 15% de todas as mortes de homens adultos e 7% das mulheres. Os dados são do relatório da Fundação Mundial do Pulmão FMP, divulgado em março deste ano.
A FMP e a Sociedade Americana do Câncer apontam que a projeção até o fim do século não é animadora – pelo menos um bilhão de pessoas morrerão devido o consumo e a exposição ao tabaco caso o cenário atual não mude. Por isso é fundamental aproveitar Dia de Combate ao Fumo, 29 de agosto, para conscientizar a população sobre os males do vício.
Com mais de cinco mil substâncias nocivas a saúde, a fumaça do cigarro afeta todas as partes do corpo, desde a pele até os órgãos internos. A boca, área que entra em contato direito com os produtos fumígenos, também sofre com os malefícios do tabaco. Os fumantes têm duas vezes mais chances de perder dentes, as glândulas salivares ficam inflamadas, o mau hálito é persistente e o fumo causa doenças que atingem as gengivas e ossos do entorno dos dentes.
As substâncias químicas presentes no cigarro são responsáveis pelo ressecamento da boca, o que prejudica a atuação dos anticorpos presentes na saliva e favorece o surgimento de cáries. A cor amarela-acastanhada dos dentes é resultado da impregnação de nicotina e alcatrão em suas estruturas. A coloração escura compromete a estética bucal e a saúde dos dentes, que perdem sua proteção natural e podem ser perdidos de maneira prematura. Já os problemas na gengiva são provocados pela má circulação de sangue na região.
Os elementos usados na fabricação do cigarro, entre eles nicotina, solventes, nitrosaminas, benzopiremo, metais pesados, níquel, arsênio, amônia, formol e monóxido de carbono, provocam lesões nos tecidos bucais, predispondo o fumante a feridas potencialmente cancerizáveis. Os lábios, a língua, o palato (ou ‘céu da boca’) e as bochechas são os locais de maior incidência do câncer de boca. Quem – adicionalmente – fica exposto à luz solar regularmente tem mais chances de desenvolver também lesões cancerígenas nos lábios.
Manchas brancas ou avermelhadas, caroços, bolinhas endurecidas, ferimentos que não cicatrizam e feridas, dolorosas ou não, são indícios que podem levar a suspeita de câncer bucal. O indivíduo deve ficar atento, pois o tratamento precoce aumenta as chances de cura. Os principais entraves para a demora no diagnóstico da doença é a demora em consultar um especialista da área odontológica e a dificuldade dos profissionais de considerar a hipótese de câncer mais rapidamente. Assim que os sintomas surgirem, a recomendação é procurar um odontologista ou oncologista.
Os  fumantes devem consultar um odontologista a cada seis meses para prevenir as lesões cancerígenas e possibilitar a intervenção precoce caso elas ocorram. O especialista observa que os danos bucais causados pelo tabaco podem surgir e permanecer mesmo quando a pessoa acredita que fuma pouco. O tempo é relativo, para alguns pode ser pouco e para outros pode ser muito. De qualquer forma, os efeitos noviços residuais para os tecidos bucais se instalam e persistem no organismo por um razoável período após o indivíduo largar o vício.
Várias pessoas acreditam que os procedimentos clareadores das coroas dentárias podem minimizar os efeitos nocivos e potencialmente cancerígenos do cigarro sobre as mucosas bucais, o que não é verdade. Isto é um mito. Clarear os dentes pode eliminar o aspecto antiestético causado pela cor escura dos dentes, mas o procedimento não é capaz de evitar os males do tabaco e não consegue manter os dentes mais claros se o paciente continuar fumando.

Fonte: revista odontomagazine

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Relação entre Ortodontia e disfunções temporomandibulares.



É cada vez mais comum recebermos indivíduos indicados por colegas da área médica, das mais diversas especialidades, para tratamento de processos de dor e/ou disfunção da articulação temporomandibular (ATM) e da musculatura mastigatória, as conhecidas disfunções temporomandibulares (DTM). São, em geral, adolescentes ou adultos jovens que apresentam algum tipo de má oclusão esquelética e/ou dentária, já avaliados para a possível presença de outras doenças com potencial para causar dor ou disfunção no segmento cefálico, como cefaleias primárias, otites ou rinossinusites, entre tantas outras.


Ao examinar o paciente, encontra-se uma má oclusão passível de correção ortodôntica. Inicia-se, nesse momento, uma tempestade de pensamentos, dúvidas e receios do profissional: " Devo indicar o tratamento da má oclusão para o alívio dos sinais e sintomas de DTM? Há algum tipo de aparelho que deva ser evitado nesses casos específicos? Qual o risco de piora dos sintomas com a terapia ortodôntica?" .


A literatura referente à possível relação entre o tratamento ortodôntico, a má oclusão e a DTM é saturada de trabalhos com os mais distintos modelos de execução, com conclusões também muitas vezes confusas e não-representativas da metodologia empregada. Um dos exemplos mais comuns refere-se a trabalhos de avaliação transversal, onde o indivíduo é examinado uma única vez e, eventualmente, encontra-se a coexistência de má oclusão e DTM ou de história de tratamento ortodôntico e DTM. Muitos concluem haver uma relação de causa e efeito entre essas variáveis, o que não deveria ser afirmado com base nesse tipo de pesquisa observacional. Se existente (o que também não se configura na maioria dos trabalhos desse tipo1,2), tal relacionamento seria somente uma associação, impossibilitando qualquer tipo de afirmação de qual fator antecedeu (ou causou) o outro.


Vários outros problemas também povoam esse cenário e alimentam a discussão acadêmica. Muitos ortodontistas afirmam haver uma melhora acentuada dos sintomas imediatamente após a instalação do aparelho ortodôntico, o que já seria efeito do " tratamento ortodôntico" . Tem sido aceito, no entanto, que grande parte dessa melhora seja devida ao ato de se instalar e criar um fato " novo" dentro da cavidade bucal. Ou seja, a instalação do aparelho (e as trocas de fios...) desencadeia um processo de cognição, onde a nova situação funciona como um " alerta" para o paciente abandonar os hábitos de apertar os dentes e mascar chiclete, além de aumentar sua aderência ao tratamento, incrementando o índice de sucesso do mesmo. Esse mecanismo é muito semelhante àquele causado inicialmente pela instalação de uma placa oclusal.


Como visto até aqui, as dificuldades são enormes em relação à metodologia e interpretação de resultados. Esse processo deve-se, principalmente, à grande diversidade de variáveis presentes nessa relação: o paciente ortodôntico pode apresentar diversos tipos de má oclusão inicial, os métodos empregados para detectar ou não a presença de DTM são muitos, além da possível existência de outros fatores etiológicos, já que se trata de uma entidade multifatorial.


O avanço do conceito de Odontologia Baseada em Evidências (OBE), no entanto, trouxe informações importantes acerca dessa controvérsia. Revisões sistemáticas, publicações com o mais alto grau de validade científica, têm demonstrado que não há associações significativas entre a Ortodontia e as DTM3,5.


Isso significa que indivíduos submetidos a tratamento ortodôntico não apresentam maior ou menor risco de desenvolver sinais e sintomas de dor e/ou disfunção da ATM ou da musculatura mastigatória.


Esses achados são corroborados por um artigo recente4 que relata um acompanhamento longitudinal de 20 anos em que se procurou observar se havia algum ganho com a realização do tratamento ortodôntico. Inicialmente, no ano de 1981, foram examinadas 1.081 crianças entre 11 e 12 anos de idade, e as mesmas foram novamente avaliadas após 3, 8 e 20 anos, sendo que, na última avaliação, a quantidade de indivíduos analisados foi de 337, fato normal e aceitável num estudo observacional de longa duração. Para a mensuração da presença e severidade da DTM, utilizou-se o questionário anamnésico de Helkimo, associado a um exame físico. Quando indicado, o tratamento ortodôntico foi realizado por diversos profissionais ou na Faculdade de Odontologia de Cardiff, na Grã-Bretanha. Aspectos psicológicos e comportamentais também foram mensurados por meio de inventários específicos.


A prevalência, como esperado, aumentou de 3% na avaliação inicial para 17% após 8 anos e diminui para 10% quando os indivíduos já eram adultos, na avaliação após 20 anos. Um achado importante foi que a realização do tratamento ortodôntico não alterou de nenhuma forma os valores de prevalência, nem de incidência (casos novos), em nenhum dos períodos de avaliação. Ainda, os únicos fatores que foram considerados como preditivos para a presença de DTM na idade adulta foram o gênero feminino e a presença de sinais e sintomas de DTM na adolescência. O fato da maior probabilidade de DTM em mulheres é devido, segundo os autores, a alterações hormonais, a uma maior sensibilidade a estímulos e à expressão de lassidão ligamentar. O trabalho de pesquisa aqui discutido4 usou, para a definição de DTM, um questionário que não permite subclassificação das mais diversas formas da patologia (articular, com ou sem deslocamentos do disco, muscular, etc.). Isso pode ser considerado uma limitação, pois alguns fatores estudados poderiam influenciar de maneira isolada alguma estrutura do aparato mastigatório. Esse fato, no entanto, não interfere com a qualidade da pesquisa ou com a interpretação dos dados, realizada de maneira correta por análise estatística adequada.


O fato da presença da DTM na adolescência predizer a doença na vida adulta nos alerta para a necessidade de controle de sintomas de maneira adequada para essa população, como forma de diminuição de risco futuro. A manutenção de sintomas por longos períodos leva, frequentemente, a alterações neuronais que podem se tornar irreversíveis. Deve ficar claro, porém, que esse controle de sintomas deve ser feito de maneira não-invasiva e reversível.


Após analisarmos os fatos acima, fica claro que não se deve sugerir terapia ortodôntica com o intuito de " prevenir" ou tratar sinais e sintomas de DTM. Por outro lado, também fica entendido que a Ortodontia consciente e bem realizada não deve ser vista como a " vilã" para pacientes que venham a apresentar DTM.


Por: Paulo César R. Conti

Doutor em Reabilitação Oral pela Universidade de São Paulo. Pós-doutorado pela University of Medicine and Dentistry of New Jersey, EUA. Professor associado da Universidade de São Paulo. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Reabilitação Oral e vice-presidente da Comissão de Pós-graduação da Universidade de São Paulo




sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Aparelho ortodôntico lingual

O Incognito é ideal para os pacientes que querem um sorriso bonito durante todo o tratamento.





Para pacientes que querem manter a estética enquanto fazem seu tratamento ortodôntico, a 3M Unitek lança no mercado brasileiro o aparelho lingual Incognito. Confeccionado com tecnologia de última geração, os brackets feitos em liga de ouro são 100% customizados, adaptando-se perfeitamente ao formato dos dentes de cada paciente. Por serem colocados na face interna dos dentes também são praticamente invisíveis. O paciente sorri sem que os brackets apareçam.



“O Incognito é a maior inovação da ortodontia nos últimos anos, cada bracket e cada fio são projetados por um moderno software, e confeccionados especialmente para as necessidades de cada paciente, por isso adaptam-se perfeitamente aos dentes e garantem uma precisão altíssima na movimentação dentária”, explica Taíse Fagnani, gerente de produto da 3M Unitek.



Outra vantagem é que o perfil dos brackets Incognito chega a ser 70% menor do que os brackets linguais convencionais, além de apresentarem uma excelente adaptação, reduzindo a interferência na fala e a irritação da língua, comum nos tratamentos linguais.



Ao procurar o dentista, o paciente faz um molde dos dentes que é enviado para a 3M Alemanha. Baseado neste molde é criado um set up, que é um modelo com a projeção do resultado final do tratamento. Esse modelo é enviado ao ortodontista para que ele avalie e aprove se o resultado final está de acordo com as necessidades estéticas e funcionais do paciente.



A partir da aprovação do profissional, os brackets Incognito são fabricados. Este processo demora de quatro a seis semanas. Após a fabricação, todo o sistema Incognito, composto por brackets, fios e acessórios são enviados ao Brasil para aplicação. Esse aparelho é ideal para pacientes que estão preocupados com a estética, sendo a escolha de executivos e personalidades.



Essa é uma técnica que está ganhando cada vez mais adeptos no país e a 3M disponibiliza a solução completa para sua utilização com excelência. O Incognito não apresenta restrições na sua indicação, tratando diversos tipos de maloclusões.



A 3M iniciou a comercialização desse produto no mês de junho, e os primeiros casos estão com instalação prevista para agosto.

Fonte: 3M

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Atendimento diferenciado aos nefropatas

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, 5% da população brasileira sofrem com alguma disfunção renal, ou seja, 10 milhões de pessoas no Brasil. Esses pacientes precisam de atenção redobrada, e essa atenção inclui o tratamento bucal diferenciado.


1-Como o profissional de saúde bucal pode reconhecer o paciente nefropata?

R-O profissional de saúde bucal deve ter em mente que existem diversos tipos de pacientes nefropatas, e que estas patologias de base são muito diferentes entre si. Entre as nefropatias, podemos citar as nefropatias congênitas e as adquiridas, que muitas vezes levam à insuficiência renal, que pode ser aguda ou crônica. A insuficiência renal possui diversos métodos de tratamento, que incluem tratamento medicamentoso, diálise, hemodiálise e, como última opção, o transplante renal, que melhora bastante a qualidade de vida do paciente, mas não a sobrevida. O cirurgião-dentista deve, através de uma anamnese detalhada, colher toda a história médica do paciente, com dados sobre a evolução da doença, medicações em uso, e presença de comorbidades, sendo as duas mais comuns nestes pacientes a hipertensão arterial e o diabetes. Durante o exame físico devemos identificar manifestações ligadas a estas alterações como edema das extremidades, de pálpebras, presença de fístula artério-venosa, hálito urêmico, coloração pálida de pele e mucosa. Exames complementares como hemograma, ureia e creatinina ajudam na identificação de anemias e na avaliação da função renal.



2-Quais são as alterações bucais apresentadas pelos pacientes nefropatas?

R- Os pacientes portadores de insuficiência renal crônica possuem uma restrição de ingesta de líquidos. Este fato geralmente está relacionado à xerostomia, que acaba levando ao aumento no número de cáries, principalmente cervicais e radiculares. Outra manifestação que pode acometer estes pacientes é a estomatite urêmica. Pacientes pediátricos e com insuficiência renal crônica apresentam um maior número de dentes com hipoplasia de esmalte. Já pacientes transplantados renais e que fazem uso de drogas imunossupressoras como a ciclosporina e de anti-hipertensivos, como bloqueadores de canais de cálcio, podem apresentar hiperplasia gengival medicamentosa.



3-Existe um protocolo de atendimento odontológico para esses pacientes?

R-Não há um protocolo odontológico para estes pacientes, principalmente porque a maioria deles apresenta mais de uma doença de base. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados em determinados casos. Em pacientes com Insuficiência Renal Crônica e que realizam hemodiálise, devemos realizar o tratamento odontológico em dias alternados aos da hemodiálise, por três fatores: risco de sangramento aumentado após a hemodiálise (devido à veiculação de heparina durante a mesma), desequilíbrios eletrolíticos e cansaço do paciente (a hemodiálise dura aproximadamente quatro horas). Se estes pacientes possuem fístula arteriovenosa para a hemodiálise, deve-se considerar a realização de profilaxia antibiótica prévia aos tratamentos odontológicos invasivos. Nestes casos, opta-se pela veiculação de vancomicina, um antibiótico não dializável, na hemodiálise do dia anterior ao procedimento odontológico. Nestes pacientes nunca devemos aferir a pressão arterial no braço com a fístula arteriovenosa, pois podemos danificá-la.

4-Quanto à terapêutica, devemos evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, salicilatos e tetraciclina.

R-Caso os pacientes possuam outras comorbidades como a hipertensão arterial e o diabetes, devemos também aferir a pressão arterial e a glicemia capilar previamente aos procedimentos odontológicos.



5-Como é possível evitar infecções odontológicas no decorrer do tratamento dentário do paciente nefropata?

R-As infecções odontológicas podem ser evitadas, em primeiro plano, através de exames dentários de rotina e tratamento odontológico que vise à remoção de focos infecciosos e a manutenção da qualidade da saúde bucal.

Em pacientes que apresentam quadros de xerostomia, a utilização de saliva artificial auxilia na umidificação da mucosa, impedindo que restos alimentares fixem-se sobre os dentes, auxiliando na autolimpeza, e mantendo o pH bucal, fato este que auxilia também na prevenção de infecções fúngicas, como a candidíase.

Pacientes transplantados renais tendem a apresentar um maior número de infecções, principalmente fúngicas e virais, que devem ser diagnosticadas o mais precocemente, por meio de exames físicos minuciosos e tratadas de maneira eficaz. O uso de drogas sistêmicas nestes casos, principalmente o de antifúngicos, pode provocar interações medicamentosas com imunossupressores, como a ciclosporina e a azatioprina, e, portanto, devem ser prescritas em conjunto com a avaliação médica.



6-O bom relacionamento com o nefrologista que atende este paciente é imprescindível para realizar um tratamento odontológico seguro e eficaz. Quais são os passos a serem seguidos pelo cirurgião-dentista?

R-O contato com o médico responsável é imprescindível para o tratamento odontológico de todo paciente portador de doenças sistêmicas crônicas. É importante que o cirurgião-dentista solicite, por escrito, o histórico médico do paciente, com o diagnóstico correto da nefropatia em questão, as comorbidades presentes no paciente, medicações em uso e estado atual do paciente. Com estas informações em mãos, o cirurgião-dentista poderá realizar o plano de tratamento adequado a cada paciente.



8-Como o profissional de saúde bucal pode auxiliar na programação de atendimento odontológico alternado com as possíveis sessões de hemodiálise?

R-Pacientes realizam hemodiálise as terças, quintas e sábados, ou às segundas, quartas e sextas. O atendimento odontológico aos pacientes que fazem hemodiálise deve ser realizado em dias alternados aos da hemodiálise. As cirurgias devem ser evitadas as segundas (no primeiro grupo de pacientes) e aos domingos (segundo grupo), pois nestes dias a uremia tende a estar bastante elevada, aumentando o risco de sangramento transoperatório. Caso haja necessidade da prescrição de um antibiótico (para cirurgia, tratamento endodôntico ou periodontal), solicitamos ao médico que veicule vancomicina durante a hemodiálise. Este antibiótico não é dializável e possui efeito por cerca de cinco dias. O tratamento odontológico que necessite de cobertura antibiótica deve ser programado e realizado neste período, a fim de aproveitarmos a cobertura antibiótica e evitarmos a prescrição de outro ciclo de antibióticos.



9-Como avaliar a necessidade de intervenção medicamentosa durante o atendimento odontológico?

R-O tratamento medicamentoso durante o tratamento odontológico varia de acordo com a situação sistêmica do paciente. De modo geral, em pacientes com insuficiência renal crônica não prescrevemos anti-inflamatórios não esteroidais e tetraciclinas, por serem drogas de metabolização e excreção renal. Também não prescrevemos salicilatos ou outras drogas antiagregantes plaquetárias, pois a uremia que estes pacientes apresentam também possui efeito antiagregante plaquetário. No caso de dor, podemos optar pela prescrição de paracetamol, e caso seja necessário o uso de uma droga anti-inflamatória, optamos pelo uso de corticoide, em baixa dosagem, em dose única diária pela menor quantidade de tempo possível. Já nos pacientes transplantados renais, poucos são os relatos de dor, fato explicado pelo uso contínuo de corticoides pela grande maioria dos pacientes. Especial atenção deve ser dada à prescrição de drogas que interagem com os imunossupressores, avaliando-se a dose e duração do tratamento.



10-O paciente nefropata pode se apresentar debilitado física e emocionalmente. Como o cirurgião-dentista pode auxiliar nas questões psicológicas?

R-Quando falamos de pacientes especiais, muitas pessoas dizem: “para tratar estes pacientes é preciso muita paciência”. Este fato é verdade, mas não isolado. Além de paciência e tempo disponível para consultas mais longas, precisamos também de conhecimentos. A principal arma que temos dentro do tratamento odontológico, além dos conhecimentos específicos, é a capacidade de criarmos um vínculo de confiança com o paciente, para que o tratamento transcorra da maneira mais tranquila possível. Nestes pacientes isso se dá através de consultas sem pressa, onde o principal foco é a saúde.

O cirurgião-dentista que sabe perguntar, identificar, e conversar sobre a doença de base do paciente, assim como explicar a ele o que é necessário para o correto tratamento odontológico nestes casos, com certeza consegue um vínculo com este paciente, auxiliando não só no tratamento odontológico, mas na saúde geral. Mas, vale ressaltar que não somos psicólogos, nem profissionais habilitados para tratar psicologicamente estes pacientes. Cabe a nós identificar alterações de comportamento nestes pacientes e encaminhá-los aos psicólogos, terapeutas e psiquiatras para o tratamento em questão.



Como o cirurgião-dentista deve proceder caso haja a necessidade de uma intervenção odontológica mais invasiva?

No caso de tratamentos cirúrgicos, devemos solicitar a estes pacientes exames complementares, como hemograma completo, coagulograma completo, ureia e creatinina. No caso de pacientes que também apresentam diabetes, solicitamos também glicemia em jejum e hemoglobina glicada. Os exames solicitados devem ser então avaliados, principalmente no que diz respeito à anemia, alterações de tempo de sangramento e funções renais. Nos pacientes com insuficiência renal crônica, optamos por fazer a cirurgia sempre no dia após a diálise, quando o paciente, em teoria, encontra-se mais estável. Para pacientes transplantados renais, a observação de neutropenia nos exames de sangue é importante, e é um fator a ser levado em conta para a realização de terapia e/ou profilaxia antibiótica.


Fonte: Revista Odonto Magazine por Dra. Nathalie P. M. de Rezende


Dr. Aníbal Ribeiro na TV Tribuna - Tema: Gengivite

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