domingo, 30 de janeiro de 2011

O que é Cárie?


Ela acontece quando há a associação entre placa bacteriana cariogênica, dieta inadequada e higiene bucal deficiente. Quando o açúcar entra em contato com a placa bacteriana, formam-se ácidos que serão responsáveis pela saída de minerais do dente.
A cárie - o processo se inicia quando ácidos resultantes realizados pelas bactérias dão origem a uma dissolução dos sais do cálcio que formam a dentina. Na produção desses ácidos participam ativamente bactérias e enzimas. Os espaços entre os dentes, além de irregularidades de formação, retêm freqüentemente detritos resultantes da própria mastigação, resíduos esses de alto teor de hidratos de carbono (açúcar), os quais são atacados por bactérias e fermentam. Resultam na produção de ácidos que abrem brechas microscópicas na armadura dos dentes, as bactérias se infiltram e vão atacar as substâncias orgânicas que formam a dentina.
O que é placa bacteriana?
A placa bacteriana é uma espécie de película composta de bactérias vivas e de resíduos alimentares que se depositam sobre e entre os dentes. Ela é cariogênica quando bactérias capazes de causar a doença cárie estão presentes na sua composição.
Meus dentes podem ser pouco resistentes à cárie?
Existem algumas doenças que podem alterar a composição dos dentes, levando à má-formação dentária. Além disso, todos os dentes são mais susceptíveis à cárie quando erupcionam, pois ainda não estão com a calcificação completa. Isso só será um problema se houver acúmulo da placa bacteriana cariogênica sobre os dentes, pois esta permitirá que a lesão se inicie. Indivíduos com deficiências físicas ou mentais que apresentam dificuldades na limpeza dos dentes devem ser supervisionados durante a escovação. Portanto, independentemente de os dentes serem mais ou menos resistentes, o importante é que a limpeza dos dentes seja realizada de maneira adequada. 


Quais são os alimentos mais cariogênicos?
Há alimentos que protegem contra a cárie? Os alimentos mais cariogênicos são os que apresentam açúcar na sua composição: os doces, as balas, os caramelos, os chocolates, os chicletes e os refrigerantes são exemplos desses alimentos. Existem alguns alimentos que escondem o açúcar na sua composição, como a mostarda e o ketchup. Todos esses alimentos podem ser consumidos, mas de maneira racional, isto é, junto às principais refeições, seguindo-se a escovação. A freqüência com que se come o açúcar é muito importante: quando você ingere açúcar, os seus dentes ficam expostos aos ácidos produtores de cárie. O açúcar também pode estar presente em medicamentos, líquidos e xaroposos, portanto, após ingeri-los, é preciso escovar os dentes. A ingestão de farináceos e salgadinhos, principalmente entre as refeições, é um hábito considerado pouco saudável, quando se pensa em prevenção da doença e, portanto, deve ser evitado. Por outro lado, existem alimentos como o queijo e o leite que são considerados protetores dos dentes. Eles apresentam alto conteúdo de cálcio e fosfatos, que protegem contra a desmineralização do dente.
O mel ou o açúcar mascavo podem substituir o açúcar sem danos aos dentes?
Esses alimentos são ricos em açúcares facilmente transformados em ácidos pelas bactérias cariogênicas. O hábito de adoçar alimentos ou lambuzar a chupeta com mel pode provocar lesões de cárie, portanto, deve ser evitado.
Como posso saber se tenho cárie?
A identificação das lesões de cárie pode ser feita através da visão direta dos dentes e do emprego do fio dental. Antes de observar a superfície dentária, há necessidade de remoção da placa bacteriana que a recobre. Portanto, você deve fazer o auto-exame após escovar seus dentes e em local bastante iluminado. Essa doença se estabelece antes de as cavidades serem vistas nos dentes. Portanto, procure alguma alteração de cor como manchas brancas ou acastanhadas na parte superior dos dentes (sulcos e fissuras) e entre os dentes. Em um estágio mais avançado da doença, as manchas podem evoluir para cavidades e os sintomas já começam a aparecer: dor quando mastigamos alimentos doces ou quando bebemos algo quente ou gelado, causando desconforto e mau hálito. O fato de o fio dental ficar preso entre os dentes também pode ser um sinal de lesão de cárie.
Como posso combater ou prevenir essa doença?
Controlando os fatores que podem ajudar no aparecimento das lesões de cárie. Dentre esses fatores, podem ser citados: evitar a ingestão de alimentos açucarados – caso não seja possível, você deve ingeri-los junto às principais refeições – e limpar os dentes de maneira adequada, utilizando escova, fio dental e pasta de dente com flúor. O flúor é um importante auxiliar no combate à cárie pois previne a desmineralização, isto é, a saída de minerais do dente e favorece a remineralização, que é a entrada de minerais em pequenas lesões de cárie (lesões de manchas brancas ou acastanhadas opacas), antes que elas se tornem cavidades. A limpeza deve ser realizada sempre após as principais refeições e antes de dormir. É importante visitar seu dentista regularmente para que ele possa, através do exame clínico, controlar sua saúde bucal e orientar sobre qualquer dúvida que possa surgir com relação à mesma. Existe vacina para a cárie? Apesar dos estudos feitos até agora, não podemos contar com uma “vacina” que previna a cárie dentária.

Fonte: Revista da APCD.
 
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Cárie de mamadeira

Por Dra. Aline Nahás Matiello - Cirurgiã Dentista - Bauru/SP 

Primeiramente é necessário que a mãe e a criança tenham uma orientação e entendam o que é a doença cárie e como previní-la, para se obter com o tempo uma mudança da mentalidade da população.
Aos 3 anos de idade, 60% das crianças já tiveram cárie, portanto a prevenção deve começar antes. Deve-se iniciar com orientações às gestantes, e acompanhar a criança desde o nascimento do primeiro dente.
O tratamento deve ser educativo para os pais e preventivo/curativo para as crianças, com atenção no primeiro ano de vida e determinação e controle dos fatores de risco.
A cárie é uma doença infecciosa, transmissível e multifatorial, ou seja, depende de vários fatores para o seu desenvolvimento, o principal é o hábito, ou melhor a higiene bucal e a dieta.
A cárie de mamadeira acomete a dentição decídua, ou seja, dentes de leite de crianças pequenas que estão acostumadas a terem suas alimentações através de mamadeiras, mas especificamente as noturnas e o pior, adoçadas demais.
 
  As lesões ocorrem normalmente em todos os dentes superiores, mais severamente nos incisivos(dentes da frente), também nos inferiores primeiro e segundo molares(dentes do fundo). Atinge todas as faces do dente, deixando-o totalmente destruído. Exemplificado na foto ao lado.
 

Quando uma criança faz uso da mamadeira noturna açucarada, ocorrem vários fatores que agrupados, propiciam o aparecimento deste tipo de lesão. A criança quando adormece tem uma diminuição da frequência de deglutição e dos movimentos musculares bucais em geral, além disso, tem uma redução no fluxo salivar que ajudaria a combater as bactérias. Todos esses fatores, somados ao tempo que a criança permanece nesse estado, são suficientes para o enfraquecimento das superfícies dentais.
Os clínicos sentem grande dificuldade em conscientizar as mães sobre o efeito da mamadeira noturna, pois estas ficam no impasse entre as necessidades de alimentação e psicofisiológicas da criança e o efeito maléfico inerente ao hábito.
Pode acontecer de algumas crianças, apesar da alimentação por mamadeira noturna, não apresentarem o referido quadro.
O primeiro passo no tratamento deste tipo de cárie, seria a conscientização da mãe, sugerindo a suspensão da alimentação noturna por mamadeira, em crianças maiores. Nas crianças menores, a mãe precisa higienizar a boca da criança após a mamadeira, com uma gaze com água limpa ou se possível escovando os dentes da criança.
Para que possamos reduzir o potencial cariogênico da mamadeira, é aconselhável que retire o açucar da mesma. Não esquecendo de sempre consultar um Dentista de sua confiança.

 

    
Criança com "cárie de mamadeira" 
 
  Criança com boca saudável 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Laser na Odontologia

A palavra LASER significa light Amplification by Stimulated Emission of Radiation que, em português, seria ‘luz amplificada pela emissão estimulada de radiação’.
O laser é uma fonte de luz com vários comprimentos de onda que lhe conferem propriedades terapêuticas.
O laser de baixa potência ou laser terapêutico (low level laser therapy – LLLT) tem ação antiinflamatória, analgésica e bioestimulante.
Atualmente, devemos considerar o laser um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos.
Como toda técnica , porém, é fundamental que se conheça bem os seus princípios básicos, principalmente porque os efeitos e o mecanismo de ação do laser são bastante complexos.
No caso do Herpes Labial, por exemplo, é comum o paciente chegar ao consultório para aplicação do laser, e ele já estar usando uma pomada ou tomando um comprimido para o Herpes. Infelizmente, esses comprimidos ou pomadas, têm o mecanismo de ação somente no DNA do vírus, diminuindo somente o tempo de exposição da lesão não atuando diretamente no fortalecimento da imunidade da região, apesar de não ter problema do seu uso concomitante com o laser.
O laser vai biomodular a região, isto é, vai fazer com que o local fique mais resistente (as células do nosso organismo ficam mais fortes e resistentes ao vírus), fazendo com que a reincidência diminua acentuadamente.
APLICAÇÕES E INDICAÇÕES NA ODONTOLOGIA
Alívio da dor - promove o alívio de dores de diversas etiologias, dores de origem pulpar, dores nevrálgicas, dores em tecido mole, mialgias, dores de pré e pós – operatório, entre outras aplicações.
Reparação tecidual - A fotobioestimulação por laser tem sido empregada de maneira bastante eficaz após tratamento de canal, lesões traumáticas, promovendo uma reparação tecidual mais rápida e com padrão de qualidade tecidual superior.
Redução de edema ou “inchaço” e de hiperemia que seria o aumento da circulação sanguínea local (efeito antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório) – Indicado na aplicação do pós operatório de procedimentos no campo da periodontia (inflamações gengivais e dos tecidos de sustentação dos dentes), cirurgia oral menor, etc
Anestesia - Ajuda a diminuir o desconforto do paciente no momento da aplicação da anestesia, visto que pode ser utilizado como pré-anestésico. O laser promove aumento da microcirculação e, desta forma, ajuda na absorção do anestésico, nos casos de pacientes com dificuldade para serem anestesiados.
A laserterapia é bastante eficaz no tratamento da hipersensibilidade dental que está associada a uma dor aguda, súbita e de curta duração. A hipersensibilidade pode ocorrer durante ou após a restauração dental, pela retração da gengiva, e após o clareamento dental.
Dores na articulação da mandíbula
Paralisia facial
Herpes simples (Herpes Labial)
Herpes zoster
Hipersensibilidade dentinária
Afta
Alveolite (infecção ou a inflamação do alvéolo pós extração dentária)
Bioestimulação óssea
Cárie
Endodontia (Tratamento de canal)
Exodontia (Extração dentária)
Língua geográfica (termo usado para descrever a aparência de mapa geográfico da língua, causada por manchas irregulares em sua superfície, de causa desconhecida)
Lesão traumática
Nevralgia do trigêmio (é uma dor de forte intensidade, basicamente tipo um choque ou um raio que ocorre na face das pessoas. É geralmente de curta duração, a dor vem e volta, e é considerada por algumas pessoas a dor mais forte que o ser humano possa sentir)
Parestesia (Sensações cutâneas subjetivas, por exemplo., frio, aquecimento, formigamento, pressão, etc. que são vivenciadas espontaneamente na ausência de estimulação)

Laser Terapêutico e Laser para Clareamento em um só aparelho
 
Aplicação de laser para hipersensibilidade dentária
 

Fonte: Dra. Fernanda Belotti

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Como saber se preciso de aparelho dentário?


O que é ortodontia?
Ortodontia é uma especialidade odontológica que corrige a posição dos dentes e dos ossos maxilares posicionados de forma inadequada. Dentes tortos ou dentes que não se encaixam corretamente são difíceis de serem mantidos limpos, podendo ser perdidos precocemente, devido à deterioração e à doença periodontal. Também causam um estresse adicional aos músculos de mastigação que pode levar a dores de cabeça, síndrome da ATM e dores na região do pescoço, dos ombros e das costas. Os dentes tortos ou mal posicionados também prejudicam a sua aparência.

O tratamento ortodôntico torna a boca mais saudável, proporciona uma aparência mais agradável e dentes com possibilidade de durar a vida toda.

O especialista neste campo é chamado de ortodontista. Os ortodontistas precisam fazer um curso de especialização, além dos cinco anos do curso regular.

Como saber se preciso de um ortodontista?
Apenas seu dentista ou ortodontista poderá determinar se você poderá se beneficiar de um tratamento ortodôntico. Com base em alguns instrumentos de diagnóstico que incluem um histórico médico e dentário completo, um exame clínico, moldes de gesso de seus dentes e fotografias e radiografias especiais, o ortodontista ou dentista poderá decidir se a ortodontia é recomendável e desenvolver um plano de tratamento adequado para você. Se você apresenta algum dos problemas abaixo, pode ser um candidato para o tratamento ortodôntico:
  • Sobremordida, algumas vezes chamada de "dentes salientes" - este problema é caracterizado por um excesso vertical da região anterior da maxila e/ou uma sobre-erupção dos dentes dessa região. Nos casos de sobremordida, os dentes anteriores superiores recobrem quase 100% dos dentes inferiores, conferindo um sorriso desagradável e problemas mastigatórios. Os dentes inferiores podem, inclusive, estar tocando no palato e na gengiva do arco superior.
  • Mordida cruzada anterior - uma aparência de "bulldog", quando a arcada inferior está projetada muito à frente ou a arcada superior se posiciona muito atrás.
  • Mordida cruzada - ocorre quando a arcada superior não fica ligeiramente à frente da arcada inferior ao morder normalmente.
  • Mordida aberta - espaço entre as superfícies de mordida dos dentes anteriores e/ou laterais quando os dentes posteriores se juntam.
  • Desvio de linha mediana - ocorre quando o centro da arcada superior não está alinhado com o centro da arcada inferior.
  • Diastema - falhas, ou espaços, entre os dentes como resultado de dentes ausentes ou dentes que não preenchem a boca.
  • Apinhamento - ocorre quando existem dentes demais para se acomodarem na arcada dentária pequena.

Como funciona um tratamento ortodôntico eficaz?
Diversos tipos de aparelhos, tanto fixos como móveis, são utilizados para ajudar a movimentar os dentes, retrair os músculos e alterar o crescimento mandibular. Estes aparelhos funcionam colocando uma leve pressão nos dentes e ossos maxilares. A gravidade do seu problema é que irá determinar qual o procedimento ortodôntico mais adequado e mais eficaz.

Aparelhos fixos podem ser:
  • Aparelho fixo — este é o tipo mais comum de aparelho; consiste de bandas, fios e/ou braquetes. As bandas são fixadas em volta de vários dentes ou um só dente, e utilizadas como âncoras para o aparelho, enquanto que os braquetes são presos na parte externa do dente. Os fios em forma de arco passam através dos braquetes e são ligados às bandas. Apertando-se o arco, os dentes são tracionados, movendo-se gradualmente em direção à posição correta. Os aparelhos fixos são geralmente apertados a cada mês para se obter os resultados desejados, que podem ocorrer no prazo de alguns meses até alguns anos. Atualmente eles são menores, mais leves e exibem bem menos metal que no passado. Podem apresentar cores vivas para as crianças, bem como estilos mais claros, preferidos por muitos adultos.
  • Aparelho fixo especial — utilizados para controlar o hábito de chupar o dedo ou a língua "presa", estes aparelhos são fixados aos dentes através de bandas. Por serem muito desconfortáveis durante as refeições, devem ser utilizados apenas como um último recurso.
  • Mantenedor de espaço fixo — se o dente de leite é perdido precocemente, um protetor de espaço é utilizado para manter este espaço aberto até que o dente permanente nasça. Uma banda é cimentada ao dente próximo ao espaço vazio e um fio é estendido até o dente do outro lado do espaço.
Aparelhos móveis incluem:
  • Niveladores — uma alternativa para os aparelhos convencionais para adultos, niveladores em série estão sendo utilizados por um número crescente de ortodontistas para mover os dentes da mesma forma que os aparelhos fixos, mas sem os fios de aço e os braquetes. Os niveladores são virtualmente invisíveis e removíveis para que o usuário possa se alimentar, escovar os dentes e passar o fio dental.
  • Mantenedores de espaço móveis — estes aparelhos têm a mesma função que os mantenedores fixos. São feitos com uma base acrílica que se encaixa sobre a mandíbula e têm braços de plástico ou arame entre determinados dentes que devem ser mantidos separados.
  • Aparelhos reposicionadores de mandíbula — também chamados de talas, estes aparelhos podem ser utilizados no maxilar superior ou mandíbula, e ajudam a "treinar" a mandíbula a fechar em uma posição mais favorável. São utilizados para disfunções da articulação temporomandibular (ATM).
  • Amortecedores de lábios e bochechas — são destinados a manter os lábios e bochechas afastadas dos dentes. Os músculos dos lábios e bochechas podem exercer pressão sobre os dentes e os amortecedores ajudam a aliviar esta pressão.
  • Expansor palatino — um mecanismo utilizado para alargar o arco da mandíbula superior. Consiste em uma placa de plástico que se encaixa sobre o céu da boca. A pressão externa aplicada sobre a placa por meio de parafusos força as juntas dos ossos do palato a se abrirem para os lados, alargando a área palatina.
  • Contentores móveis — utilizados no céu da boca, estes aparelhos de contenção previnem que os dentes voltem à posição anterior. Podem também ser modificados e utilizados para evitar que a criança chupe o dedo.
  • Aparelho extrabucal — com este aparelho, uma faixa é colocada em volta da parte de trás da cabeça, e ligada a um elástico na frente, ou um arco facial. Este aparelho retarda o crescimento da maxila e mantém os dentes posteriores onde estão, enquanto os dentes anteriores são empurrados para trás.

Mordida cruzada anterior Mordida aberta Apinhamento
Mordida cruzada Sobremordida

Fonte: Colgate







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Avaliação da estomatite protética em portadores de próteses totais.

Terezinha Rezende CARVALHO de OLIVEIRA*
Maria Luiza Moreira Arantes FRIGERIO**
Maria Cecília Miluzzi YAMADA***
Esther Goldenberg BIRMAN****
OLIVEIRA, T. R. C.; FRIGERIO, M. L. M. A.; YAMADA, M. C. M.; BIRMAN, E. G.
Como publicado em: Pesqui Odontol Bras, v. 14, n.3, p. 219-224, jul./set. 2000.
As próteses muco-suportadas são consideradas facilitadoras em potencial da estomatite protética (EP), lesão comumente observada sob a base das próteses, caracterizada por aspectos eritematosos difusos ou pontilhados na mucosa de suporte. Sua etiologia é controversa, podendo estar relacionada principalmente a fatores locais. Diversos aspectos funcionais associam-se a estes fatores representados pela oclusão, dimensão vertical, retenção, estabilidade dinâmica e estática além de aspectos qualitativos relacionados às condições encontradas no desdentado. Foram levados em considerações o período de desdentado, número e tempo de uso das próteses, uso contínuo, conservação, presença de placa e higiene bucal. Os fatores foram avaliados, visando esclarecer a possível relação dos aspectos funcionais e protéticos com a EP. Exame clínico foi realizado em 116 pacientes de ambos os sexos, desdentados bimaxilares, utilizando as duas próteses muco-suportadas, portadores ou não de estomatite protética (EP). Os resultados indicaram que a maioria dos pacientes examinados tinham EP frente ao menor número de pacientes sem EP, havendo nos dois grupos equivalência nos resultados da avaliação clínica e protética. Os fatores funcionais e qualitativos da próteses avaliados isoladamente não puderam ser considerados responsáveis pela ocorrência dessa patologia, constatando-se que um único fator protético não demonstrou, de per si, ser responsável pela presença da EP, embora possa ser um facilitador para o seu desenvolvimento.
UNITERMOS: Prótese Total; Oclusão Dentária; Retenção em Dentadura; Estomatite sob Prótese.
Introdução
A prótese muco-suportada vem sendo utilizada há muitos anos, requerendo na sua confecção obediência criteriosa dos passos clínicos e laboratoriais para que possa se integrar, de forma harmoniosa, aos movimentos mandibulares, restabelecendo a fisionomia e preservando as estruturas ósseas remanescentes do paciente9,24 .
Os procedimentos de inclusão, preparo e polimerização da resina devem ser realizados em seqüência, obedecendo à orientação do fabricante para a obtenção de melhores resultados. Proporções inadequadas, quer seja do monômero ou do polímero, assim como tempo e temperatura inadequada durante o ciclo de polimerização podem trazer alterações aos tecidos de suporte da prótese total2,7,11.
Após a instalação das próteses totais a orientação de uso, a higiene e o acompanhamento periódico são necessários para garantir as condições funcionais sem trazer problemas para os tecidos de suporte. Diagnóstico precoce de qualquer tipo de alteração da mucosa contribui para manter condições de higidez nos pacientes desdentados12.
Os portadores de próteses totais acreditam que os desconfortos que elas proporcionam, em decorrência do tempo, fazem parte do processo de adaptação, uma vez que concebem a idéia de que esses aparelhos substituem para sempre os dentes naturais.
Destacamos nesse estudo a estomatite protética (EP), lesão da mucosa bucal relacionada ao uso de próteses removíveis caracterizada por eritema de variado grau e de etiologia bastante discutida na literatura. Diversas terminologias foram utilizadas, sendo o termo estomatite protética aceito universalmente1,3,6,8,14.
Diante dessas observações e da possibilidade das próteses totais muco-suportadas apresentarem potencialidade para reações tissulares na mucosa, propusemo-nos a avaliar pacientes desdentados totais bimaxilares portadores de próteses muco-suportadas, com presença ou não de EP. Fatores funcionais de oclusão, dimensão vertical de oclusão (DVO), retenção e estabilidade dinâmica e estática, bem como os aspectos qualitativos referentes à higienização da prótese e da boca, uso contínuo, conservação, idade da prótese, número de prótese total utilizada e tempo de totalmente edentado foram estudados, visando esclarecer as suas prováveis influências na ocorrência da estomatite protética.
Casuística – Material e métodos
Foram avaliados 116 pacientes desdentados totais bimaxilares, portadores de prótese total muco-suportada superior e inferior, com presença ou não de estomatite protética. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP).
Exame do paciente
Foi investigado o tempo de desdentado maxilar, número de próteses totais utilizadas, idade da prótese, uso contínuo e higienização da boca. O estado da mucosa do palato foi avaliado pela inspeção da área de suporte da prótese total e suas características clínicas com vistas às lesões de estomatite protética (EP) (Figuras 1,2 e 3).

FIGURAS 1 e 2 - Aspecto eritematoso apresentando variáveis extensões na mucosa palatina.

FIGURA 3 - Área papilomatosa na região palatina anterior apresentando intensa coloração eritematosa difusas e aspecto pontilhado na região posterior.
A retenção e a estabilidade dinâmica foram consideradas satisfatórias quando não havia queixa de deslocamento da prótese durante as funções de mastigação, fala, deglutição, respiração, sorriso ou mesmo em repouso. A retenção e a estabilidade estática foram avaliadas, estando o paciente em posição de repouso, utilizando o dedo indicador para análise da tração vertical e horizontal nos incisivos, tração lateral para vestibular e pressão leve na prótese total superior contra os tecidos de suporte na região dos pré-molares dos dois lados, alternativamente. Estes fatores eram considerados satisfatórios na ausência de deslocamento e/ou movimento de báscula da prótese total.
A avaliação da DVO foi realizada, utilizando-se a associação dos métodos estético, métrico e fonético. No método estético, as referências para considerar a DVO satisfatória foram: a conformação do sulco nasolabial, a harmonia do terço inferior da face com as demais partes do rosto e a plenitude facial condizente com a idade do paciente. No método métrico, foi utilizado o compasso de Willis para obter a dimensão vertical de repouso (DVR) e a DVO ao mesmo tempo. A DVR foi obtida com o paciente em repouso, medindo a distância da base do nariz ao bordo inferior da mandíbula, com a haste vertical do compasso de Willis encostada no mento, a haste horizontal superior encostada na base do nariz e a haste horizontal inferior tocando o bordo inferior do mento. Com o compasso ainda posicionado, o paciente foi solicitado para ocluir, e a medida obtida nessa posição correspondeu à dimensão vertical de oclusão. A diferença entre a DVO e DVR correspondeu ao espaço funcional livre (EFL), considerado normal o mínimo de 3,0 mm. No teste fonético, foi preconizada a pronúncia de fonemas sibilantes com o objetivo de observar o espaço funcional de pronúncia (EFP), sendo considerado DVO normal quando um espaço, mínimo, de 0.5 a 1,0 mm fosse obtido. Situações diferentes, a DVO foi considerada insatisfatória (Figuras 4 e 5). Para a oclusão, foram avaliados os movimentos mandibulares de abertura e fechamento, lateralidade para ambos os lados e protrusão numa magnitude de 5,0mm. O tipo de oclusão considerado satisfatório foi a balanceada bilateral, sendo insatisfatórias outras situações de relacionamento3 (Figura 6).

FIGURA 4 -Dimensão vertical insatisfatória.


FIGURA 5 – Estética facial comprometida.


FIGURA 6 - Oclusão insatisfatória na posição de fecha-mento mandibular.
Exame da prótese total superior
Um exame visual e tátil foi realizado nas próteses totais para avaliar o estado de conservação e higienização.
O estado de conservação da prótese superior foi considerado insatisfatório quando esta apresentava perda e/ou fratura de dentes, fraturas da base com perda de fragmentos, reembasamentos inadequados, consertos, trincas e porosidades na resina, detectadas clinicamente. A higienização foi avaliada frente a presença ou não de “placa de dentadura” (bacteriana) em qualquer área da prótese.
A análise estatística dos resultados foi realizada através do teste “Qui-quadrado”, não-paramétrico, nível de significância de 0,05 adequado a amostras independentes quando apresentados os seus valores em escala nominal, sendo utilizado o teste “Exato de Fisher” frente às baixas freqüências.
Resultados e discussão
Os resultados (Tabela 1) indicaram que a maioria dos pacientes examinados tinha estomatite protética de aspecto clínico pontilhado vermelho localizada em uma área determinada da mucosa palatina e com menor freqüência, apresentando os aspectos eritematosos uniformes difusos e hiperplasias papilomatosas. Não foi possível relacionar essas lesões a um fator causal, uma vez que constatamos estatisticamente que um só fator não foi significativo para a ocorrência dessa alteração. Esse resultado diverge daquele relatado por Jeganathan & Lin13 (1992) que relacionaram essa patologia às condições insatisfatórias das próteses totais. Houve uma equivalência nos resultados da avaliação clínica e protética nos dois grupos estudados, indicando que os fatores funcionais de oclusão, DVO, retenção e estabilidade dinâmica e estática, bem como os fatores qualitativos referentes ao tempo de edentulismo, número e tempo de uso das próteses, idade, conservação, uso contínuo, presença de placa de dentadura e higienização da boca, avaliados isoladamente não apresentaram uma relação direta com a ocorrência da EP.
Tanto o grupo com EP como o sem, apresentaram um maior número de pacientes desdentados num período de 20 anos ou mais; suas próteses totais tinham muitos anos de uso, foram substituídas mais de uma vez e ainda eram usadas à noite. Acreditamos ser prioritária a qualidade da prótese no que se refere à função, características da superfície interna e manutenção à sua freqüente substituição. Concordamos que a prática de somente renovar próteses totais não tenha um efeito terapêutico direto na EP, havendo necessidade de avaliar também outros fatores como presença de leveduras e condições gerais do paciente que podem facilitar a ocorrência dessa patologia3,18. A combinação não só de C. albicans mas também de bactérias como fatores etiológicos da estomatite protética, foi destacado por Kulak et al.15 (1997).
TABELA 1 - Valores obtidos da análise dos fatores relacionados à presença ou não de estomatite protética em pacientes portadores de prótese total (PT).
Estomatite Protética
FATORES
+
N=87
-
N=29
Resultado do teste X2 e Exato de Fisher
Estado de conservação da PT
Satisfatório
23
10
-
Insatisfatório
64
19
X2=0,35;gl=1;p>0,05
Higienização da PT
Sem placa de dentadura
7
1
Fisher=35,87%;gl=1
Com placa de dentadura
80
28
p>0,05
Uso noturno
Sim
81
23
Fisher=99%;gl=1;p>0,05
Não
6
6
-
Retenção e estabilidade dinâmica
Satisfatório
61
17
X2=0,83;gl=1;p>0,05
Insatisfatório
26
12
-
Retenção e estabilidade estática
Satisfatório
23
7
X2=0,00;gl=1;p>0,05
Insatisfatório
64
22
-
Dimensão Vertical de Oclusão
Satisfatório
6
6
Fisher=99%;gl=1;p>0,05
Insatisfatório
81
23
-
Oclusão
Satisfatório
8
3
Fisher=71,98%;gl=1
Insatisfatório
79
26
p>0,05
O material da base da prótese tem sido considerado um agente desencadeador de reações tóxico-químicas na mucosa bucal pela liberação de monômero residual. Os estudos de Nyquist19 (1964), Sadamori et al.21 (1992), Smith & Bains22 (1955) e Strain23 (1967) mostraram que a quantidade de monômero residual contido na base da prótese total, confeccionada com resina acrílica ativada termicamente (RAAT) é maior logo após a polimerização, diminuindo com o período de uso. Concordamos com esses estudos, uma vez que as próteses dos pacientes com ou sem EP eram antigas, não sendo, portanto, o monômero residual um fator capaz de desencadear reações na mucosa.
A associação dos vários fatores funcionais e qualitativos por nós avaliados podem contribuir para a alteração da mucosa como foi sugerido em outros estudos, como o de Bergman et al.4 (1971) e MacEntee et al.17 (1998). Consideramos que a baixa resistência das defesas orgânicas altera o ambiente bucal, influenciando a resposta e a resistência desses tecidos diante da presença de próteses totais. Ainda, a nosso ver, essas condições devem ser bem avaliadas para orientar o paciente quanto ao uso e cuidado de suas próteses totais3,8,10,20.
Observamos, após a instalação de novas próteses totais, a dificuldade dos pacientes na fala, mastigação, deglutição, postura e sorriso em virtude da retenção dinâmica. O processo de adaptação do paciente às suas próteses é compensado em função do controle neuromuscular associado à vontade de manter o seu bem estar físico e social. Assim, observamos que a retenção dinâmica, inicialmente menor, aumenta após o período de adaptação, enquanto a retenção estática apresenta uma ação contrário. O exame semestral torna-se necessário para avaliação das mesmas e da cavidade bucal como prevenção e controle dos fatores locais11,16.
Concordamos também com outros estudos que a etiologia da EP possa ter uma base multifatorial, uma vez que ao se analisar, isoladamente fatores funcionais e qualitativos das próteses totais, estes foram insignificantes para a ocorrência dessa patologia1,3,20.
Apesar da diminuição atual de desdentados, ainda há uma grande demanda à reabilitação bucal por prótese total5. Apoiamo-nos nas observações de Zwetchkenbaum & Shay25 (1997) que, mesmo com o aumento da expectativa de vida, futuramente a necessidade de próteses muco-suportadas persistirá ainda por muitos anos em virtude das limitações impostas pelas condições de saúde e até mesmo econômicas dos nossos pacientes, esperando-se que a EP possa ser melhor esclarecida e resolvida.
Conclusão
Podemos concluir, frente aos nossos resultados, que os fatores funcionais e qualitativos das próteses totais estudados apresentaram uma tendência para a ocorrência da EP, embora não tenham sido estatisticamente significantes. Esses mesmos fatores, avaliados isoladamente, não puderam ser responsáveis pelas alterações da mucosa de suporte.

Manifestações orais da Leucemia

Por: Leonardo da Silva, Ivo Bussoloti Filho
RESUMO:
Objetivo - Nosso objetivo com este trabalho é a elaboração de uma revisão bibliográfica e a análise crítica das diferentes manifestações orais que surgem durante o curso de variadas formas de leucemia. Estas manifestações orais são classificadas durante o estudo de acordo com sua fisiopatologia, reforçando-se assim a importância do conhecimento dos mecanismos que geram tais lesões orais. Esta classificação engloba: Manifestações orais primárias - processos infiltrativos; Manifestações orais secundárias - conseqüência da diminuição da função da medula óssea; Manifestações orais terciárias - decorrentes do tratamento da doença de base. Material e Métodos- Desta forma revisamos cerca de 90 trabalhos entre os períodos de 1940 e 1998, o trabalho nos permitiu a elaboração das seguintes conclusões: As manifestações orais iniciais das leucemias não são patognomônicas e são muito variadas. As manifestações orais das leucemias frequentemente são agravadas por fatores locais.
 
ABSTRACT:
Aim - The authors presented a review and a critical analysis about the different oral manifestations observed during the course of various forms of leukemia. These oral manifestations were classified during the study according to their fisiopathology, valuing the knowledge of the mechanisms that generate oral lesion for diagnostic and treatment. This classification includes: Primary oral manifestations - infiltratives lesions ; Secondary oral manifestations - consequent to the bone marrow disfunction; Terciary oral manifestations - due to the causative treatment. Material and Methods. In this manner we reviewed 90 studies in the period from 1940 to 1998. Conclusion. This work permited us to set the following conclusions: The adequate comprehension of the mechanism involved in the genesis of oral lesions gives us an ample view of what can be considered "normal" and of what should be better investigated as a potential oral complication. Oral manifestations are not patognomonic in the beginning and may present in various forms. The acute mielocytic leukemia is the form of the leukemia that most frequently presents oral manifestations and they may occur at the beginning and during the treatment. Leukemic oral manifestations commonly get worse because of local factors.
 
INTRODUÇÃO

A compreensão adequada dos mecanismos envolvidos na gênese das lesões orais nos permite uma visão ampla do que pode ser considerado "normal" e do que deve ser investigado mais a fundo como uma potencial complicação oral.

A boca pode ser considerada um monitor sensível das complicações tóxicas decorrentes da quimioterapia.

As infecções oportunistas como aspergilose e mucormicose são potencialmente fatais nos pacientes leucêmicos.

Os quimioterápicos que causam complicação oral com maior freqüência são: vincristina, vimblastina, ciclofosfamida, methotrexate e daunorrubicina.

Quando o paciente não apresenta boas condições de saúde bucal antes do tratamento quimioterápico teremos mais complicações durante e após o tratamento.

Entre as leucemias, a leucemia mielocítica aguda é a que apresenta manifestações orais mais freqüentes tanto inicialmente como ao longo do tratamento.

Os tratamentos quimioterápico e radioterápico, quando realizados em fase de crescimento, podem determinar a longo prazo alterações no desenvolvimento dentário e oclusal, bem como o surgimento de segundos tumores.

Como conseqüência do trabalho sugerimos um protocolo de atendimento para os pacientes leucêmicos com lesões orais.


OBJETIVO

Através da revisão da literatura, discorrer sobre as manifestações clínicas que podem surgir na boca como conseqüência das leucemias e de seu tratamento, chamando a atençãopara seus aspectos fisopatológicos, visando a elaboração de protocolo de atendimento para diagnóstico e acompanhamento das lesões orais nos pacientes com leucemia.


MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizada no sistema medline buscanso as palavras chave leucemia aguda e cavidade oral, durante os anos de 1990 a 1997.

Foram selecionados 80 artigos que mostravam alguma relação com a proposta do estudo, de um total de 220 trabalhos encontrados.


RESULTADOS

Os dados encontrados são apresentados nas tabelas 1 a 8

























DISCUSSÃO

As manifestações orais inicias das leucemias não são patognomônicas e são muito variadas. Qualquer doença que cause imunodepressão, supressão da medula óssea e distúrbios dos órgãos hematopoiéticos pode determinar um ou mais sinais e sintomas semelhantes.

As manifestações orais das leucemias ferquentemente são agravadas por fatores locais. As lesões podem tornar-se extremamente dolorosas, trazendo muito desconforto aos pacientes, prejudicando a ingesta de alimentos e de líquidos. O tratamento cuidadoso de tais complicações pode trazer grande melhora da condição oral e geral dos pacientes.

A compreensão adequada dos mecanismos envolvidos na gênese das lesões orais traz uma visão ampla do que pode ser considerado normal e do que deve ser investigado mais a fundo como uma potencial complicação oral.

A boca pode ser considerada um monitor sensível das complicações sistêmicas tóxicas decorrentes da quimioterapia.

Ela reflete alterações sistêmicas como tendência a hemorragias e infecções com grande fidelidade, e está facilmente acessível do ponto de vista anatômico.

As infecções oportunistas como aspergilose e mucormicose são potencialmente fatais nos pacientes leucêmicos. Todas as lesões suspeitas devem ser biopsiadas e submetidas a exame histológico e microbiológico.

Os quimioterápicos que causam complicação oral com maior freqüência são a vincristina, vimblastina, ciclofosfamida, metotrexate e daunorubicina.

Quando o paciente não apresenta boas condições de saúde bucal antes do tratamento quimioterápico teremos mais complicações durante e após tratamento.

Entre as leucemias, a mielocítica aguda é a que apresenta manifestações orais mais freqüentes, tanto inicialmente como no decorrer do tratamento. Os pacientes desta forma de leucemia devem ser considerados de risco para desenvolvimento de lesões orais.

Os tratamentos quimioterápicos e radioterápico, quando realizados em fase de crescimento do paciente, podem desencadear alterações de desenvolvimento dentário e oclusais.


CONCLUSÃO

As manifestações orais iniciais das leucemias não são patognomônicas e são muito variadas. As manifestações orais das leucemias frequentemente são agravadas por fatores locais. 
 
    

Líquen Plano

 

Definição:

Distúrbio da pele e das membranas mucosas resultando em inflamação, prurido e lesões de pele características.

Causas, incidência e fatores de risco:

O líquen plano é um distúrbio raro envolvendo um exantema ou lesão inflamatória com coceira, e recorrente, na pele ou na boca. A causa exata é desconhecida, mas é provável que essa doença esteja relacionada a uma reação alérgica ou imune. O marcador de antígeno leucocitário humano (HLA A-3) está associado a este distúrbio.
Sabe-se que este distúrbio se desenvolve após a exposição a substâncias alérgenas em potencial, como medicamentos, corantes e outros químicos. Os sintomas aumentam na presença de estresse emocional, possivelmente por causa de alterações no funcionamento do sistema imune durante esse período.
O líquen plano ocorre geralmente na meia idade ou mais tarde, sendo uma condição rara na população pediátrica. O ataque inicial pode durar semanas a meses, resolver-se e então recorrer durante vários anos.
Esta doença tem sido associada a condições como penfigóide bolhoso, alopecia areata, vitiligo, colite ulcerativa crônica , hipogamaglobulinemia ou reação do enxerto versus hospedeiro e outros distúrbios com componentes de resposta imune.
As substâncias químicas ou os medicamentos associados ao desenvolvimento do líquen plano incluem: ouro (usado para tratar a artrite reumatóide), antibióticos, arsênico, iodetos, cloroquina, quinacrina, quinidina, antimônio, fenotiazinas, diuréticos como a clorotiazida, e muitos outros. 
 

Sintomas:

  • prurido localizado na área da lesão
    • pode ser moderado ou intenso
  • lesão cutânea
    • geralmente nas partes internas (flexoras) dos punhos, pernas, tronco, sacro ou genitais
    • generalizada
    • aparência simétrica
    • pápula de 2 a 4 cm
    • pápulas agrupadas em uma placa ou em uma lesão grande e plana
    • bordas agudas e características
    • ocorre quase sempre nos locais de trauma, como lesão discreta e isolada ou em cachos
    • possivelmente coberta de traços brancos e finos ou marcas lineares chamadas de estrias de Wickham
    • aspecto brilhante ou escamoso
    • coloração: escura, roxo-avermelhado (pele) ou branco-acinzentado (boca)
    • pode evoluir para vesículas (bolhas) ou úlceras

  • rugosidades nas unhas (anormalidades das unhas)
  • boca seca
  • lesões orais
    • sensíveis ou dolorosas (os casos moderados podem não causar desconforto)
    • localizadas nos lados da língua ou no aspecto interno das bochechas
    • ocasionalmente localizadas nas gengivas
    • área mal definida de manchas branco-azuladas ou "pústulas"
    • lesões lineares formando uma cadeia de lesões semelhante à renda
    • aumento gradual no tamanho da área afetada
    • lesões ocasionalmente corrosivas que formam úlceras dolorosas

Sinais e exames:

A aparência característica da lesão cutânea associada a uma história de recorrência de lesões pode indicar um quadro de líquen plano. O médico ou o dentista podem diagnosticar a doença com base na aparência característica das lesões orais.
O diagnóstico é confirmado por meio de uma biópsia de lesão cutânea ou biópsia da lesão oral. 





Tratamento:

O objetivo do tratamento é o de reduzir os sintomas e acelerar a cicatrização das lesões cutâneas. Se os sintomas são moderados, pode não haver necessidade de tratamento. Os medicamentos associados ao desencadeamento de um surto deverão ser interrompidos.
Os anti-histamínicos podem reduzir o desconforto. Na presença de lesões orais os colutórios com lidocaína viscosa podem anestesiar temporariamente a região afetada, facilitando a ingestão de alimentos. Os corticosteróides tópicos como a triancinolona acetonida em creme, que podem ser aplicados diretamente sobre as lesões, e/ou os corticosteróides orais como a prednisona são prescritos para reduzir a inflamação e suprimir as reações alérgicas /imunes. O ácido retinóico tópico (Vitamina A) em creme e outros cremes ou ungüentos antiinflamatórios ou antipruríticos podem reduzir a coceira e a inflamação, ao mesmo tempo em que ajudam a cicatrização.
Para proteger a pele de arranhaduras, compressas oclusivas podem ser colocadas sobre as lesões, após a aplicação de medicamentos tópicos.
A terapia com raios ultravioleta (UVA) pode ser benéfica em alguns casos.

Expectativas (prognóstico):

O líquen plano é geralmente benigno e pode ser curado com o tratamento, embora possa persistir durante meses ou anos. A condição oral normalmente se resolve em 18 meses. A recorrência é comum e mais de 50% das pessoas portadoras do distúrbio cutâneo também apresentam lesões na boca.

Complicações:

Solicitação de assistência médica:

Solicite assistência médica se os sintomas persistem ou se ocorrerem alterações na aparência de lesões cutâneas ou orais.
Marque uma consulta com seu médico se as lesões de líquen plano oral persistirem ou piorarem, apesar do tratamento, ou se seu dentista recomendar um ajuste nos medicamentos ou tratamento de condições que possam desencadear o distúrbio.

Prevenção:

A prevenção deste distúrbio pode não ser possível. Os portadores desta doença devem evitar substâncias químicas e medicamentos associados ao líquen plano para reduzir o aparecimento de erupções. 




 





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Dr. Aníbal Ribeiro na TV Tribuna - Tema: Gengivite

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